Relatório da CPI: filhos de Bolsonaro lideraram rede de fake news na pandemia
O “núcleo de comando”, como chamou o relator da CPI, senador Renan Calheiros, organizava o conteúdo, a distribuição e o financiamento
atualizado
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O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, instalada pelo Senado, acusa o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) de liderarem uma rede de disseminação de fake news durante a pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
O “núcleo de comando”, como chamou o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), para a elaboração e disparo das informações enganosas era articulado pelos filhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O chefe do Palácio do Planalto também teria participação no caso na estratégia.
Veja a íntegra do relatório da CPI:
Relatório final de Renan Calheiros da CPI da Covid-19 20/10/2022 by Metropoles on Scribd
Segundo o relatório, Bolsonaro seria o “cabeça da organização”. Carlos participaria da “formulação” do conteúdo. Eduardo seria “articulador de financiamentos para sites que desinformaram na pandemia”. Flávio aparece como operador de “perfis falsos utilizados para disseminar desinformação e ameaças”.
O parecer de Renan Calheiros indica o uso de perfis falsos no Facebook, disparo em massa de mensagens pelo Whatsapp e financiamento de sites apoiadores do governo Bolsonaro.
“Dentro do funcionamento do núcleo de comando, há de se destacar a importante relação entre a conduta de Jair Bolsonaro e o funcionamento da engrenagem de fake news no Brasil”, cita o documento.
Renan ainda indica a existência de provas. “Foram reunidas postagens e declarações para demonstrar que a desinformação na pandemia realizada por sites e influenciadores digitais foi conduzida pelas ideias e declarações do presidente da República”, conclui o parecer.
Leitura
Renan Calheiros apresentou o parecer oficial aos integrantes da comissão, que será lido na sessão desta quarta-feira (20/10).
O documento, que tem 1.180 páginas, pede o indiciamento de 66 pessoas e duas empresas. A votação será na próxima terça-feira (26/10).
No novo documento, o relator retirou o pedido de indiciamento de Bolsonaro pelo crime de genocídio contra povos indígenas e o indiciamento de Flávio Bolsonaro pelo crime de advocacia administrativa. Esses eram pontos divergentes entre os senadores.
A CPI foi criada para apurar supostas omissões e irregularidades do governo federal no combate à pandemia no Brasil.