“Reforma tributária sim, mas sem aumento de imposto”, diz Bolsonaro
Presidente ainda afirmou que a inflação sobre alimentos está elevada e afirmou “não ter cabimento” o litro da gasolina a R$ 6
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira (1º/6), em evento no Palácio do Planalto, que a reforma tributária deve ser aprovada pelo Congresso Nacional sem gerar aumento de impostos.
“O que a gente pode fazer para diminuir imposto, nós temos feito. E assim é o nosso propósito na reforma tributária, não podemos admitir… Senhores parlamentares, os senhores também têm responsabilidade e sabem que nós jogamos juntos nessa questão. Reforma sim, mas sem aumento de imposto”, discursou.
De acordo com Bolsonaro, o Brasil não pode continuar sendo um dos países “com a mais alta carga tributária do mundo e com a menor contraprestação de serviços”.
A Câmara dos Deputados debate projetos de iniciativa do governo Executivo que alteram a base de Imposto de Renda, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
Outros textos com alterações na legislação são discutidos no Senado. Na semana passada, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), se reuniu com o presidente da Câmaras, Arthur Lira (PP-PI), e com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para definir as tramitações da reforma no Congresso Nacional.
Na segunda-feira (31/5), Pacheco questionou o interesse do governo federal na aprovação de outra reforma, a administrativa.
Alimentos
O mandatário também salientou que o Brasil enfrenta uma inflação alta em produtos alimentícios e defendeu que o país não siga o caminho adotado pela Argentina, onde considera ter havido interferência no mercado.
“Estamos com um problema de inflação, em especial na alimentação. O arroz subiu de preço, o milho está subindo agora. Influencia diretamente no preço do ovo e da galinha. E a Caixa é bem vinda para ajudar o Brasil a produzir cada vez mais”, afirmou o presidente.
“Não seguiremos o caminho da Argentina, que há, poucos dias, proibiu por 30 dias a exportação de carne para baixar o preço, para o povo poder se alimentar com a carne mais barata. Essa intromissão no mercado leva, no curtíssimo prazo, ao desabastecimento”, definiu o chefe do Executivo nacional.
Para Bolsonaro, no Brasil ocorreu o contrário: o investimento é na na produção e quem manda é o livre mercado. “Essa é a maneira de nós buscarmos solução para os nossos problemas. Tenho certeza que dessa forma diminuiremos o preço da alimentação, que considero estar alto, produzindo mais e não interferindo no mercado”, prosseguiu.
Combustível
Ao comentar o descompasso entre o preço dos combustíveis nas refinarias e nos postos, Bolsonaro ainda se queixou do valor da gasolina, que considera estar elevado, citando estados em que o litro está em R$ 6.
“O que não pode continuar acontecendo é: quando nós diminuímos na refinaria o preço do combustível, na bomba ele não diminui. Quando você aumenta um centavo na refinaria, aumenta dois na bomba. Isso não pode continuar existindo, com a gasolina acima de R$ 6 o litro em alguns estados. Não tem cabimento isso”, aponta o presidente.
Bolsonaro disse considerar o imposto sobre os combustíveis “caríssimo”. “O que eu quero: que esse valor seja de conhecimento dos consumidores, dos caminhoneiros, dos motoristas particulares, de todo mundo. Isso impacta, na ponta da linha, o preço da alimentação também. E queremos que cada um assuma a sua responsabilidade”, disse.
O chefe do Executivo ainda negou divergências com governadores. “Não é briga minha com governadores, não quero brigar com ninguém. Sou até paz e amor demais”.
Bolsonaro participou nesta terça de cerimônia de anúncio de patrocínio de cerca de R$ 82 milhões ao esporte da Caixa Econômica Federal.