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Reforma do Imposto de Renda volta à Câmara. Entenda o que pode mudar

O relator, Celso Sabino, já apresentou cinco versões para o texto e ainda busca conciliar interesses de empresas, estados e municípios

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Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Celso Sabino_deputado
1 de 1 Celso Sabino_deputado - Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

A votação do projeto que altera as regras do Imposto de Renda está prevista para a pauta da Câmara dos Deputados desta terça-feira (17/8), depois de ter sido adiada por duas vezes na semana passada, em meio a pressão de setores empresariais e falta de acordo com estados e municípios.

O projeto propõe alterações na tributação de pessoas físicas, empresas, estabelece a taxação de dividendos, entre outros pontos. O relator da matéria, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), chegou a acatar várias modificações no texto e apresentou cinco versões do relatório até o momento. No entanto, a construção de um acordo para a aprovação ainda está longe de ocorrer.

O objetivo era manter a busca por um apoio mais amplo ao relatório. Ainda na tarde de segunda-feira (16/8), o relator se reuniu com representantes de secretarias estaduais de fazenda e empresários para chegar a um texto que possa ser aprovado.

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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, comanda a sessão plenária
Jair Bolsonaro e Arthur Lira durante agenda em Alagoas
Presidente da Câmara, Arthur Lira, durante sessão plenária
Presidente da Câmara, Arthur Lira, no plenário
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Lula ainda lidera as pesquisas de intenção de voto

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Jair Bolsonaro e Arthur Lira durante agenda em Alagoas

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Presidente da Câmara, Arthur Lira, no plenário

Pablo Valadares/Agência Câmara

Na semana passada, ao anunciar o adiamento por pressão de líderes da base governista, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se mostrou cético sobre a construção de um acordo.

“O momento, de agora para frente, não é mais de críticas nem de sugestões. É de barganhas corporativas, todo mundo querendo manter privilégio”, disse Lira, ao se mostrar contrariado com a postergação.

Mesmo assim, a votação foi adiada, “sem o compromisso do mérito” dos líderes. Ou seja, sem vincular qualquer posicionamento dos partidos a respeito do assunto. Lira, na segunda-feira, já sinalizou sua intenção de entregar a reforma do imposto de renda votada até o fim desta semana.

Estados e municípios

O relatório apresentado pelo deputado Celso Sabino (PSDB-PA) prevê redução de até 1,5 ponto percentual na cobrança da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) para as empresas, já em 2022.

A alíquota cobrada, com a mudança, passará de 9% para 7,5%. No texto original, essa contribuição não mudaria.

A redução foi uma estratégia adotada pelo relator para diminuir a resistência de estados e municípios à reforma. Eles alegaram uma perda de R$ 16,5 bilhões ao ano.

Ainda há pontos que não agradam prefeituras de todo país. Um deles é o que trata da adoção do desconto simplificado de 20% somente para quem recebe até R$ 40 mil por ano. As prefeituras estimam uma perda de R$ 3,7 bilhões ao ano de impostos retidos na fonte.

O relator ainda incluiu empresas do Simples, com faturamento de até R$ 4,8 milhões anuais, na lista de isenções, além das empresas que optam pelo regime de lucro presumido (com limitação de faturamento até R$ 4,8 milhões). Ele também liberou a cobrança para os casos de empresas que distribuem os lucros dentro do grupo econômico e para coligadas.

Entenda, ponto a ponto, o que pode mudar com a reforma do imposto de renda:

Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF)
Faixa de isenção

Como é hoje: atualmente estão isentos do IR as pessoas que recebem até R$ 1.903,98 por mês.

O que o texto propõe: faixa de isenção é ampliada para R$ 2.500.

Tabela do IR

Como é hoje: última correção da tabela do IR foi feita em 2015

Faixa 1: até R$ 1.903,98: isento
Faixa 2: R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65: 7,5%
Faixa 3: R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05: 15%
Faixa 4: R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68: 22,5%
Faixa 5: acima de R$ 4.664,69: 27,5%

O que o texto propõe: proposta amplia faixa de isenção em 31%, provocando um reajuste médio de 13% nas demais faixas.

Faixa 1: até R$ 2.500: isento
Faixa 2: R$ 2.500,01 até R$ 3.200: 7,5%
Faixa 3: R$ 3.200,01 até R$ 4.250: 15%
Faixa 4: R$ 4.250,01 até R$ 5.300: 22,5%
Faixa 5: acima de R$ 5.300,01: 27,5%

Desconto simplificado

Como é hoje: Contribuinte pode optar pelo modelo de declaração simplificado, com desconto de 20%. Não há limite de renda, mas existe um teto de R$ 16 mil para uso do desconto.

O que o texto propõe: O desconto simplificado de 20% ficará restrito a quem recebe até R$ 40 mil por ano, o que equivale a R$ 3.333 por mês.

Tributação de lucros e dividendos

Como é hoje: Desde 1995, os dividendos são isentos no Brasil.

O que o texto propõe: a proposta original do governo era de tributar lucros e dividendos em 20%, com isenção para ganhos mensais de até R$ 20 mil para o caso de pessoa física que receba de micro ou pequena empresa.

Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ)

Como é hoje: O Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) tem alíquota de 25%, sendo 15% da alíquota geral e 10% para ganhos acima de R$ 20 mil.

A Contribuição Social sobre Lucros Líquidos (CSLL) tem alíquota média de 9%.

O que o texto propõe: Redução de 10 pontos percentuais nos dois tributos: Para o IRPJ, a redução é de 8,5 p.p. na alíquota geral a partir de 2022. O imposto para empresas será de 16,5%. Já o corte na CSLL é de 1,5 p.p. Ela ficará em 7,5% a partir de 2022.

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