Reale Júnior vê cenário para impeachment de Bolsonaro mais grave que “anteriores”
Jurista é o coordenador do grupo de trabalho que emitiu parecer sobre os crimes do presidente durante a pandemia da Covid-19
atualizado
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O jurista Miguel Reale Júnior afirmou, nesta quarta-feira (15/9), que o quadro brasileiro é desolador e destacou que o cenário para o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é mais grave do que os motivos que causaram afastamentos anteriores. Ele é o coordenador do grupo de juristas que emitiu parecer sobre os crimes do presidente durante a pandemia.
“O quadro é desolador. Se formos olhar os impeachments anteriores, esse é de uma gravidade exponencial, pois se colocou em risco um número enorme de brasileiros para salvar a economia, de olho em processos eleitorais futuros”, avaliou Reale à direção da CPI da Covid-19.
O especialista ressaltou que a atitude do presidente Jair Bolsonaro em relação à pandemia “não foi mera imprudência, era uma conduta pensada”, visando salvar a economia e a possível reeleição, em detrimento da vida dos brasileiros. “Tudo teve uma lógica e era uma lógica perversa”, disse.
Reale Jr. é um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que foi afastada do cargo em 2016.
O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), pretende entregar o relatório até 24 de setembro. A expectativa é que o documento seja votado e aprovado pela comissão em 29 de setembro, encerrando os trabalhos do colegiado.
Entregue pelos juristas, o relatório apontou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cometeu crimes de responsabilidade, de saúde pública, contra a administração pública, contra a paz pública e contra a humanidade, dentre eles a infração de medidas sanitárias preventivas, charlatanismo, incitação ao crime e prevaricação.