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Raul Jungmann troca comando da PF: sai Segovia, entra Rogério Galloro

Fernando Segovia perdeu poder após declarar que inquérito contra Temer deveria ser arquivado

atualizado

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1 de 1 segovia1 - Foto: Igo Estrela/Especial para o Metrópoles

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, empossado nesta terça-feira (27/2), decidiu trocar o comando da Polícia Federal. Sai Fernando Segovia e assume Rogério Galloro (imagem abaixo), atual diretor-executivo da corporação. Ele também respondia desde fevereiro pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Roque de Sá/Agência Senado

Galloro era o número dois de Leandro Daiello, antecessor de Segovia no comando da PF, e disputou com este a indicação ao cargo: contava com o apoio do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Sérgio Etchegoyen, mas foi preterido.

Ao empossar Raul Jungmann no Ministério da Segurança Pública e deixar a PF sob seu comando, o presidente Michel Temer teria pedido que o novo ministro desse novo direcionamento à corporação, fazendo-a ter uma “ação forte e contundente” no combate ao crime organizado.

Ou seja, a PF deve atuar de forma mais direta na intervenção no Rio de Janeiro, cujo objetivo é enfrentar as organizações criminosas em atuação no estado, em especial o narcotráfico. Ao mesmo tempo, os agentes federais seguiriam apoiando o Ministério Público Federal nos desdobramentos da Operação Lava Jato.

Na imprensa
A imagem de Fernando Segovia ficou desgastada a partir da publicação de entrevista à Reuters, no último dia 9, na qual ele declarou que o inquérito aberto na corporação para investigar suposto tráfico de influência pelo presidente da República, Michel Temer (MDB-SP), na edição do chamado Decreto dos Portos, deveria ser arquivado por falta de provas. Minutos depois de reunir-se com a Reuters e revelar seu posicionamento sobre a investigação contra Temer, Segovia recebeu o Metrópoles e criticou a imprensa por “vazamentos de investigações” correndo em sigilo.

De acordo com as apurações, o emedebista teria beneficiado, ao assinar o documento, empresas que atuam no setor portuário, como a Rodrimar e a holding J&F. Nesta tarde, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso prorrogou as investigações por mais 60 dias, a pedido da própria Polícia Federal.

As declarações de Fernando Segovia repercutiram mal no meio jurídico e nas associações que representam a Polícia Federal em todo o país. Várias notas de repúdio foram publicadas, e uma das entidades chegou a cobrar dele “retratação pública“. Para Raul Jungmann, até então ministro da Defesa, a situação de Segovia ficara insustentável após a entrevista.

Nesta tarde, ao ser procurada pela imprensa para confirmar a demissão do até então número um da Polícia Federal, após apenas três meses de sua posse, a assessoria de imprensa da corporação afirmou desconhecer o fato. Só depois houve a confirmação oficial da troca no comando da PF.

Quem é o novo diretor?
Rogério Galloro é bacharel em direito. Tem MBA pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em gestão de políticas de Segurança Pública e especialização em relações internacionais pela Universidade de Brasília (UnB). É ex-aluno da Universidade de Harvard (EUA) no programa Segurança Nacional e
Internacional.

Galloro integra a Polícia Federal desde 1995. Em mais de 22 anos de carreira, o delegado já ocupou postos estratégicos na instituição. Representou a PF na Embaixada do Brasil em Washington (EUA), como adido policial, entre abril de 2011 e junho de 2013. Também respondeu pela Superintendência Regional de Goiás, entre outubro de 2007 e janeiro de 2009.

Foi o coordenador das forças da Polícia Federal na segurança da Copa do Mundo 2014 e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Em setembro do ano passado, foi eleito representante das Américas no Comitê Executivo da Interpol.

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