Randolfe sobre CPI: “Está pavimentado o caminho da negação de vacinas”
Vice-presidente da CPI da Covid afirmou que o depoimento do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, confirmou essa tese
atualizado
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O vice-presidene da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou, nesta quinta-feira (27/5), que o depoimento do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, confirmou a tese da “negação das vacinas” por parte do governo Jair Bolsonaro (sem partido).
“Os 30 dias [da CPI] têm algumas constatações para já apontar caminhos do relatório do senador Renan Calheiros. Está patente que existia um gabinete paralelo de enfrentamento à pandemia com uma estratégia diferente da ciência. A ciência aposta no isolamento social e na vacina. Esse gabinete paralelo apostava e insiste na cloroquina, aglomeração e imunização de rebanho”, declarou o senador.
“Hoje está pavimentado o caminho da negação das vacinas. Com o depoimento de hoje de Dimas Covas, somamos mais 80 milhões de vacinas que poderiam ter estado nos braços dos brasileiros de dezembro até agora. Isso significaria 40 milhões de brasileiros imunizados. Teria peso enorme para conter a segunda onda e salvar vidas”, afirmou.
O senador Humberto Costa (PT-PE) destacou que o depoimento de Covas “foi demolidor para o governo”. “Demonstração clara de desinteresse em relação às vacinas”, acrescentou.
Dimas Covas foi o décimo depoente do colegiado. Antes dele, a comissão parlamentar ouviu a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro.
Ex-ministros
Os senadores também ouviram os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello, além do atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.
O ex-chanceler Ernesto Araújo, o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, também prestaram depoimentos.
A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.