1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro entrega o novo passaporte ao ministro da justiça Anderson Torres, durante lançamento do novo documento no Palácio do Planalto
- Foto: Gustavo Moreno/Metrópoles
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) informou, nesta terça-feira (28/6), ter obtido informações sobre movimentação do governo, com envolvimento do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, para substituir o delegado Bruno Calandrini, que conduziu as investigações sobre o suposto esquema de corrupção no Ministério da Educação envolvendo pastores e o ex-ministro Milton Ribeiro.
“As informações que temos neste momento dão conta de que está sendo organizada uma ação para substituir o senhor Bruno Calandrini da condução dessas investigações”, disse Randolfe, ao protocolar um pedido, com 30 assinaturas, para a criação no Senado de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso.
Recentemente, um áudio em que Milton Ribeiro afirma priorizar repasses da Educação a determinadas prefeituras a pedido do presidente Bolsonaro ganhou o noticiário. Apesar de, logo em seguida, negar a existência de irregularidades bem como o envolvimento de Bolsonaro, Ribeiro passou a ser objeto de pedidos de investigação
Reprodução/Instagram
2 de 14
“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, afirma Ribeiro em conversa gravada. “A minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, declarou o ex-ministro
Isac Nóbrega/PR
3 de 14
Ministério da Educação (MEC)
Marcelo Camargo/Agência Brasil
4 de 14
No meio do suposto esquema de propina estão os pastores Gilmar Santos, Arilton Moura e o agora ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. De acordo com a denúncia, Santos e Moura, que não têm cargos públicos, controlavam a agenda de Ribeiro e atendiam às demandas de prefeituras que pagavam propina para conseguir a liberação de recursos
Rafaela Felicciano/Metrópoles
5 de 14
A manobra ocorria da seguinte forma: os pastores participavam de agendas da pasta acompanhados de dezenas de prefeitos e exigiam pagamentos entre R$ 15 e R$ 40 mil para liberar o repasse de verbas. Vários municípios cujos prefeitos participavam das reuniões, conseguiam as verbas semanas depois
Instagram
6 de 14
No fim de março, dias após a mídia noticiar o suposto esquema, Gilberto Braga (PSDB), prefeito de Luís Domingues (MA), afirmou que Moura cobrou R$ 15 mil, mais um quilo de ouro, para dar andamento às demandas da prefeitura
Igo Estrela/Metrópoles
7 de 14
Pouco tempo depois, outras denúncias começaram a surgir. Dessa vez, o prefeito de Bonfinópolis (GO), Kelton Pinheiro, revelou que Arilton Moura pediu R$ 15 mil, além de compras de Bíblias, para “ajudar na construção da igreja”
Pixabay
8 de 14
O prefeito de Bonfinópolis, revelou ainda que os envolvidos chegaram a oferecer abatimento de 50% na propina para liberação de verbas para escolas. Segundo ele, os valores eram fixados de acordo com o grau de proximidade. Caso fossem “conhecidos” de alguns dos pastores, o valor da propina era apresentado “com desconto”
Reprodução/Instagram
9 de 14
Ministério da Educação
Rafaela Felicciano/Metrópoles
10 de 14Rafaela Felicciano/Metrópoles
11 de 14
Agora, a Comissão de Educação do Senado Federal ouviu prefeitos que testemunharam o suposto esquema de favorecimento e o presidente do colegiado, Marcelo Castro (MDB-PI), pediu cautela antes de defender que seja instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
Geraldo Magela/Agência Senado
12 de 14
Segundo Castro, a comissão quer “cumprir algumas etapas” antes de proceder com a defesa de uma CPI para apurar os episódios envolvendo a pasta
Geraldo Magela/Agência Senado
13 de 14
Entre elas, estão a realização de oitivas com o presidente do FNDE, Marcelo Lopes da Ponte, além do ministro interino da Educação, Victor Godoy Veiga, Milton Ribeiro, e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, acusados de atuar como lobistas no ministério
Edilson Rodrigues/Agência Senado
14 de 14
Segundo o jornal O Globo, os pastores perceberam as portas do Executivo abertas muito antes de Ribeiro assumir o MEC. Eles, na verdade, se envolveram com o governo Bolsonaro graças ao deputado João Campos (Republicanos), que é pastor da Assembleia de Deus. A partir disso, se aproximaram do atual presidente e conquistaram espaço
Reprodução
“Não estamos sob circunstâncias normais sob a égide do governo do senhor Jair Bolsonaro. Em circunstâncias normais não necessitaria de uma CPI”, continuou. “A circunstância dessa investigação está sob ameaça. Ela está sob intervenção do presidente da República e do senhor minitro de Estado da Justiça (Anderson Torres).
Retaguarda
O senador apontou que a criação da CPI servirá de retaguarda para a atuação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Ele ainda apontou a intenção de investigar a interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de Torres na investigação.
Para Randolfe, dois pontos importantes que precisam ser esclarecidos são a inação da Polícia Federal em cumprir a determinação judicial e transferir Milton Ribeiro de Santos para Brasília na ocasião em que ele foi preso, além da ausência de um pedidos de apreensão do celular do ex-ministro.
“Onde está o celular do senhor Milton Ribeiro e porque ele não foi devolvido”, questionou o senador.
Assinaturas
O pedido de criação da CPI foi protocolado com 30 assinaturas, mas, em seguida, o senador Jarbas Vasconcelos (MDB-PA) também decidiu aderir ao grupo.
“Portanto, é um requerimento robusto, mostrando que há um desejo no Senado de que esse esquema escandaloso que se instalou no Ministério da Educação tenha uma séria investigação”, disse Randolfe Rodrigues.
8 imagens
1 de 8
Senadores e deputados chegam para protocolar o pedido de CPI do MEC
Luciana Lima/Metrópoles
2 de 8
Senadores e deputados chegam para protocolar o pedido de CPI do MEC.
Luciana Lima/Metrópoles
3 de 8
Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Carlos Portinho (PL-RJ)
Jefferson Rudy/Agência Senado
4 de 8
Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Hugo Barreto/Metrópoles
5 de 8
senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP);
presidente da CE, senador Marcelo Castro (MDB-PI).
Pedro França/Agência Senado
6 de 8
Randolfe aceita convite de Lula e desiste de disputar governo do AM
Ricardo Stuckert/Divulgação
7 de 8
Caetano Veloso, Rodrigo Pacheco e Randolfe Rodrigues
Hugo Barreto/Metrópoles
8 de 8
Caetano Veloso junto a outros artistas e ativistas se reuniu no Senado com parlamentares