Ramos concorda com Braga Netto e diz que ditadura é “semântica”
Segundo a Comissão Nacional da Verdade, cerca de 434 pessoas foram mortas e/ou estão desaparecidas em decorrência do regime
atualizado
Compartilhar notícia
Repetindo o argumento do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, também em comissão na Câmara dos Deputados, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, desacreditou que tenha ocorrido ditadura militar no Brasil. Segundo o general, a existência do regime ditatorial é questão de “semântica”.
“Agora, isso aí é uma semântica – ditadura, não ditadura. O que eu sei é que, durante o governo Vargas, o Congresso não funcionava. Havia um controle muito grande da polícia, do Estado, à época. Durante o governo do regime militar, nós tínhamos um Congresso. Pode ter sido fechado, mas continuou funcionando. Então, eu diria que foi um regime militar de exceção, muito forte”, disse Ramos.
Em audiência, nesta terça-feira (17/8), para tratar de ameaças motivadas pela pauta do voto impresso, o general Braga Netto se referiu ao período como “exceções dos dois lados” . “Não houve ditadura no Brasil”, disse o ministro da Defesa sobre a ditadura militar ocorrida no país.
Durante a comissão, Ramos também disse estar certo de que as eleições de 2022 ocorrerão normalmente, dentro das quatro linhas da Constituição Federal. “Tenho tanta certeza de que elas vão ocorrer e que o vitorioso será Jair Bolsonaro. Não acredito nas pesquisas, com todo o respeito aos institutos”, declarou o general aos parlamentares.
“Os Poderes são harmônicos, mas independentes. Não podem interferir uns nos outros. Todos os Poderes devem respeito irrestrito ao ordenamento jurídico do país e devem atuar dentro das quatro linhas da Constituição”, concluiu.
Em 1964, militares derrubaram o governo João Goulart e, em seguida, iniciou-se um regime ditatorial que durou 21 anos e que é considerado um dos períodos mais obscuros da história brasileira, com saldo estimado em milhares de pessoas mortas por discordarem do governo.