Rádio que Joesley ouvia indica que gravação com Temer não teve edição

Depois de perito encontrar cortes em áudio gravado durante conversa do empresário Joesley Batista e do presidente Michel Temer, a rádio CBN afirma, com base em seus registros, que é possível afirmar que a gravação não sofreu edição.

De acordo com a rádio, a rádio do carro do dono da JBS estava sintonizada em uma reportagem da emissora, no dia 7 de março, e ao deixar  a reunião, continuava na CBN. O quadro ‘Nos Acréscimos’ estava no ar e, naquele dia, começou às 23h08.

“Com isso, é possível determinar que o tempo de gravação é de 38 minutos, o tempo da conversa entre Joesley chegar e sair da casa do presidente foi de 38 minutos, e esse tempo é a íntegra do áudio divulgado na quinta-feira e que comprova que o material não teve nenhuma edição. Portanto, a gente percebe que não teve edição na gravação que foi divulgada, colocada aí do início ao fim”, disse o locutor Milton Jung na manhã deste sábado (20/5).

O advogado criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, escalado para a defender Temer no inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira (19), em entrevista ao “Estado de S. Paulo”, que o governo tem “informações seguras” de que o áudio foi adulterado.

O advogado Francisco de Assis e Silva, que coordenou a delação dos donos da JBS, Joesley e Wesley Batista, negou ao jornal Globo que tenha havido qualquer edição na gravação da conversa de Joesley com o presidente Michel Temer. Segundo o advogado, a gravação pode estar mal-feita, por ter sido realizada por um amador, mas não sofreu qualquer modificação.

“Nós entregamos para a Procuradoria-Geral da República o áudio original. Pega desde o momento que ele (Joesley) entra no Palácio do Jaburu ouvindo a CBN até o final da conversa. Reafirmo que o material é 100% integral”, garantiu.