“Queremos evitar que a política entre nos quartéis”, diz Villas Bôas

Comandante do Exército, o general Eduardo Villas Bôas preocupa-se em esclarecer que a eleição do ex-capitão Jair Bolsonaro para a Presidência da República não representa a volta das Forças Armadas ao poder. “Estamos tratando com muito cuidado essa interpretação de que a eleição dele representa uma volta dos militares ao poder. Absolutamente não é”, afirmou o general em entrevista publicada pela Folha de S. Paulo neste domingo (11/11).

No cargo desde 2015, Villas Bôas também se mostra atento para as consequências nas tropas da chegada de Bolsonaro ao Palácio do Planalto. Junto com o futuro presidente, outros militares vão ocupar postos de destaque no governo. “Hoje, as Forças Armadas estão muito afastadas das questões políticas no dia a dia. Mas não há dúvida de que há um risco de ideias serem personalizadas”, disse o comandante.

O general também revelou, na entrevista, alguns detalhes da conversa que teve na semana passada com o presidente eleito. Contou, por exemplo, a impressão que teve sobre os planos de Bolsonaro para o Ministério das Relações Exteriores. “Achei curioso, eles estavam em um nível bem superficial, com vários nomes, inclusive de pessoas que eles não conheciam e estavam prospectando. Senti que, em alguns setores, eles estão com a coisa bem definida e, em outros, ao contrário, estão tateando”.