“Quem manda nesse time é Jair Messias Bolsonaro”, diz Mandetta
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, admitiu, porém, que é “público” que houve “dificuldades internas” entre ele e o presidente
atualizado
Compartilhar notícia
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse, nesta quarta-feira (08/04), que é “público” que houve “dificuldades internas” entre ele e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no que diz respeito ao combate ao novo coronavírus.
A declaração foi feita durante apresentação do mais recente boletim epidemiológico da Covid-19 no país. Segundo ele, o Brasil tem 800 mortes e 15.927 casos confirmados.
Mandetta comentava sobre o uso de hidroxicloroquina e cloroquina no tratamento da doença.
“Eu solicitei ao Conselho Federal de Medicina que até 20 de abril ele se posicione. [A decisão] É de lá, não é da minha cabeça. Somos todos iguais, vamos todos ter mais disciplina, foco, ética e comportamento. Todos vamos andar bem. Podemos errar? Sim. Podemos demorar para tomar decisão? Talvez. Podemos tomar decisão precipitada e errar? Talvez. Mas vamos tomar decisão juntos”, disse.
“Vamos ter dias muito duros, muito difíceis, e quem comanda este time aqui é Jair Messias Bolsonaro. Tivemos nossas dificuldades internas? Tivemos e isso é publico”, acrescentou o ministro.
Nas últimas semanas, Bolsonaro e Mandetta travaram um embate público ao darem opiniões diferentes sobre a forma de combater o novo coronavírus. O ministro chegou até mesmo a ser ameaçado de demissão.
Enquanto o ex-titular da Saúde defende o isolamento, como também orienta a Organização Mundial da Saúde (OMS), o presidente vem defendendo o fim do “confinamento em massa” e a reabertura do comércio.
Em entrevista na semana passada, Bolsonaro disse que ele e Mandetta estão se “bicando há algum tempo”. No último domingo (05/04), sem citar nomes, o presidente disse não ter medo de usar a caneta com pessoas do governo que viraram estrelas.
“Acho que a gente tem de andar pra frente, olhar pra frente, uma experiência para olhar pelo para-brisa e olhar pouco para o retrovisor. E a imprensa pode ajudar nisso”, concluiu o ministro.