Queiroz negocia cargo no Congresso: “20 continho caía bem”. Áudio
Ex-assessor de Flávio Bolsonaro é investigado pelo Ministério Público por suposta prática da rachadinha no gabinete da Alerj
atualizado
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O ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) Fabrício Queiroz, exonerado do cargo no início deste ano, continua a ser consultado sobre nomeações, além de admitir ter “capital político”. O ex-policial é investigado por movimentações financeiras suspeitas entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, quando trabalhava para o agora senador. O dinheiro teria sido usado para pagar uma “rachadinha”.
Em áudio de WhatsApp obtido pelo jornal O Globo, Queiroz sugere a um interlocutor como proceder para fazer indicações políticas em gabinetes de parlamentares. O episódio ocorreu em junho de 2019, cerca de oito meses após deixar o cargo no gabinete de Flávio.
“Tem mais de 500 cargos, cara, lá na Câmara e no Senado. Pode indicar para qualquer comissão ou, alguma coisa, sem vincular a eles [família Bolsonaro] em nada. Vinte continho aí para gente caía bem pra c**. Entendeu?”, explica o ex-assessor de Flávio Bolsonaro durante o áudio.
“O gabinete do Flávio faz fila de deputados e senadores, pessoal para conversar com ele, faz fila. Só chegar lá e nomeia fulano aí para trabalhar contigo aí, salariozinho bom desse aí para a gente que é pai de família, cai como uma uva”, prossegue.
Ouça:
Procurado pela reportagem de O Globo, Queiroz admitiu que mantém a influência por ter “contribuído de forma significativa na campanha de diversos políticos no estado do Rio de Janeiro“.
Flávio Bolsonaro, por sua vez, negou que tenha aceitado indicações do ex-assessor e reforçou, por meio de nota, que não mantém qualquer contato com Fabrício Queiroz desde 2018.
O ex-assessor é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por uma suposta prática conhecida como rachadinha — quando os servidores comissionados de um gabinete se comprometem a devolver parte do salário recebido.