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Queiroga: “Não teve atraso de sequer um segundo na vacinação infantil”

Ministro afirmou que demora ocorreu por causa da baixa disponibilidade de doses em estoque e defendeu consulta pública

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Em sala de comissão no Senado, vê-se fileiras de cadeiras vazias e na mesa da frente o ministro da Saúde Marcelo Queiroga fala diante de um microfone - Metrópoles
1 de 1 Em sala de comissão no Senado, vê-se fileiras de cadeiras vazias e na mesa da frente o ministro da Saúde Marcelo Queiroga fala diante de um microfone - Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, nesta terça-feira (29/3), em audiência no Senado Federal, que “não teve atraso de sequer um segundo” na vacinação infantil contra a Covid-19. “Já sabíamos quando essas vacinas iam ser disponibilizadas à sociedade”, declarou o titular da pasta aos senadores.

Queiroga narra que, assim que o uso emergencial dos imunizantes em menores de idade obteve aprovação junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Ministério da Saúde procurou a Pfizer para saber a quantidade de doses que a farmacêutica teria em estoque.

“Naquele momento, nos foi informado que só poderiam nos entregar 20 milhões e a partir de 10 de janeiro”, disse o ministro, justificando a demora.

O titular da Saúde foi questionado sobre o motivo da abertura de uma consulta pública acerca da vacinação infantil. À época, a audiência foi interpretada como uma manobra do Executivo para postergar a imunização de crianças. Queiroga respondeu: “Não há que se estranhar consulta pública, ela deve ser feita”.

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Ministro Marcelo Queiroga participa de audiência da CDH do Senado
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Contradição sobre eficácia

A oitiva do ministro foi marcada pela contradição com relação à segurança das vacinas aplicadas nas crianças. Primeiro, o médico defendeu que “a evidência científica do ponto de vista dessas vacinas não é robusta” e, posteriormente, assegurou: “Entendemos que elas são seguras e estão nos ajudando neste momento”.

“Do ponto de vista do estudo de fase de 3, no que concerne à vacina da Pfizer, só há uma publicação feita no New England Journal of Medicine. É uma revista de fator de impacto e foi ela que embasou a aprovação dessa vacina no FDA e na Anvisa. Mas ela não tem um perfil de desempenho do qual nós ficaríamos satisfeitos. Mas é consenso de que elas são importantes e devem ser aplicadas na população brasileira”, defendeu o ministro.

Segundo Queiroga, o Brasil está avançando na vacinação das crianças. “Estamos indo bem com a vacinação infantil”, destacou. “Sintetizando, entendemos que as vacinas, independente do conhecimento maior da sua eficácia a longo prazo na faixa etária de 0 a 5 anos, elas são vacinas seguras, são vacinas que estão nos ajudando neste momento e gostaríamos de ter outras vacinas mais eficazes para um enfrentamento ainda mais satisfatório”, completou.

Requerimento de convite

O ministro foi convidado a comparecer no Senado pelo líder da oposição Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O senador requisitou a ida de Queiroga para explicar nota técnica emitida pela pasta que trata da rejeição de diretrizes para tratamento hospitalar de pacientes da Covid-19, cuja recomendação partiu da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS).

Por meio do documento, a pasta rejeitou parecer do colegiado que indicou a ineficácia de medicamentos como hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina para recuperação dos infectados pelo novo coronavírus. Segundo Randolfe, a decisão exarada na nota técnica é “claramente contrária ao consenso científico internacional e afronta os princípios da cautela, precaução e prevenção”.

“Não há, nesse diapasão, como chancelar a subsistência de ato do poder público tão acintoso à Constituição Federal. Diante do exposto, torna-se imperativo que se convoque o Sr. Marcelo Queiroga para que explique e explicite as responsabilidades e consequências administrativas e criminais decorrentes da emissão da nota técnica negacionista e anticonstitucional”, defende o senador no requerimento.

Outro tema que motivou a realização da audiência foi a relutância do Executivo em implementar a vacinação infantil contra a doença, assim que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a aplicação das doses da Pfizer.

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