Queiroga diz que se for à CPI vai “discutir abertamente” o que faz
Ministro da Saúde deve ser convocado pela comissão. Segundo ele, serão prestadas todas as informações que os senadores desejarem
atualizado
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quarta-feira (28/4) que vai “discutir abertamente” sua atuação no Ministério da Saúde em caso de convocação pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. Instalada na terça (27) no Senado Federal, a CPI vai apurar ações e omissões do governo federal na pandemia, bem como investigar desvio nos repasses de recursos federais a estados e municípios.
“Eu já falei para vocês que a minha preocupação imediata é com o CTI [Centro de Terapia Intensiva]. A CPI é uma atribuição do Parlamento. Se eles me convocarem, eu vou lá e vou discutir abertamente o que eu tenho feito no Ministério da Saúde, vocês todos estão vendo”, afirmou Queiroga após a 3ª reunião do Comitê de Coordenação Nacional para o Enfrentamento da Covid-19.
“Então, vamos contribuir com a sociedade brasileira, vamos prestar as informações que os senhores senadores desejarem e eu acredito que estamos todos juntos no objetivo do enfrentamento da pandemia”, prosseguiu.
Além do atual chefe da Saúde, o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), prevê convocar os ex-ministros da Saúde do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Nesta quinta (29), às 9h, a CPI deve se reunir para definir o plano de trabalho para a comissão, cujo funcionamento inicial é de 90 dias.
As ordens desencontradas da pasta serão um dos assuntos que os senadores querem discutir com o atual ministro da Saúde que, nesta semana, já apontou a possibilidade de uma nova portaria mudando a regra atual para orientar os governadores a voltarem a guardar a segunda dose.
No dia 12 de abril, em entrevista ao programa Sem Censura, da TV Brasil, Queiroga disse que sua função é cuidar de “políticas de saúde”, e afirmou que prestará os depoimentos necessários caso seja convocado ao Senado.
“Estou muito mais preocupado com CTI do que com CPI”, afirmou. “O Ministério cuida de política de saúde, não de política na saúde. Mas o Congresso é soberano para instaurar CPIs e, se for o caso, vamos prestar informações do que tem sido feito”, prometeu.
Comitê
Esta foi a terceira reunião do grupo no Palácio do Planalto, que completou um mês no último sábado (24), com poucos resultados práticos e ofuscado pela CPI instalada no Senado Federal. Encarada como uma derrota para o governo, a comissão vai apurar negligências do governo federal durante a pandemia, bem como averiguar o repasse de recursos federais a estados e municípios.