Queiroga defende conduta de servidor que denunciou contrato da Covaxin
Segundo o ministro, ainda não foi encontrado elemento para instruir processo administrativo. Luis Ricardo Miranda diz ter sofrido “pressão”
atualizado
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Nome central na denúncia de irregularidades nacompra vacina Covaxin contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o servidor Luis Ricardo Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde (foto em destaque), continua trabalhando e teve a conduta defendida pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Luis Ricardo Miranda disse ao Ministério Público Federal (MPF) ter sofrido “pressão incomum” de outra autoridade da pasta para assinar o contrato com a empresa Precisa Medicamentos, que intermediou o negócio com a Bharat Biotech.
Inicialmente, o governo pretendia comprar 20 milhões de doses da Covaxin. A vacina indiana estava no cronograma do Ministério da Saúde desde 17 de fevereiro. Ao todo, seriam gastos R$ 1,6 bilhão com as doses.
“Luis Ricardo Miranda é servidor de carreira do Ministério da Saúde. Ainda não foi encontrado elemento para instruir PAD [processo administrativo disciplinar]. Ele continua exercendo suas funções”, destacou Queiroga.
Nesta quinta-feira (29/7), Queiroga e o o ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU) , Wagner Rosário, descartaram irregularidades na contratação.
O contrato centraliza uma grave suspeita de corrupção no governo. A compra da Covaxin está envolvida em um suposto contrato superfaturado. As possíveis irregularidades estão sendo investigadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado.
Entenda o caso
Documentos obtidos pela CPI da Covid indicam possível superfaturamento na aquisição do imunizante. O valor contratado pelo governo federal, de US$ 15 por vacina (R$ 80,70), ficou acima do preço inicialmente previsto pelo laboratório Bharat Biotech, de US$ 1,34 por dose.
O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), irmão de Luis Ricardo, afirma que denunciou as irregularidades no processo de negociação da Covaxin ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O caso gerou uma investigação de prevaricação contra o chefe do Palácio do Planalto.