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Que desonestos respondam pelos atos, diz Calero após prisão de Geddel

O ex-ministro da Cultura contou à Polícia Federal que sofreu pressão do ex-secretário de Governo para liberar empreendimento em Salvador

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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
marcelo calero
1 de 1 marcelo calero - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

No dia em que o ex-ministro da Secretaria de Governo de Michel Temer (PMDB) Geddel Vieira Lima foi preso, o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero publicou em suas redes sociais uma mensagem na qual afirma que sonha com um país em que “os desonestos respondam pelos seus atos”.

Em novembro do ano passado, o ex-chefe da pasta deixou o governo e contou à Polícia Federal que foi pressionado por Geddel para liberar um empreendimento imobiliário em Salvador. Dias depois, com a polêmica, o ex-ministro da Secretaria de Governo pediu demissão do cargo.

“Não cultivo o sentimento mesquinho da vingança, mas sonho com um país em que os honestos possam dar sua contribuição e os desonestos respondam pelos seus atos”, escreveu Calero em seu Facebook, sem citar diretamente o aliado de Temer. “Que, acima de tudo, prevaleça a justiça, a democracia, a ética e a verdade.”

Na decisão que mandou prender Geddel nesta segunda-feira (3/7), o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal, reacendeu o embate entre o Geddel e Calero. O magistrado destacou a “pressão” do homem forte de Temer sobre o ex-ministro da Cultura para conseguir a liberação das obras de um apartamento de luxo em área histórica de Salvador. Para o juiz, Geddel “tenta persuadir pessoas”.

Calero já havia feito outras postagens nas redes sociais em referência ao governo. No dia seguinte ao vazamento do áudio entre o presidente e o empresário Joesley Batista, Calero chegou a dizer que havia chegado “a hora de refundar o Brasil”.

Prisão
Geddel, antigo aliado de Temer, foi preso preventivamente nesta segunda-feira, pela Polícia Federal, na Bahia, no âmbito da Operação Cui Bono. O decreto tem como fundamento os depoimentos recentes do operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro — que está preso —, do empresário Joesley Batista e do diretor jurídico do grupo J&F, Francisco de Assis e Silva — os dois últimos, em acordo de colaboração premiada.

No pedido enviado à Justiça, os procuradores afirmaram que o ex-ministro agiu para atrapalhar as investigações, com o objetivo de impedir que o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Funaro firmassem acordo de colaboração com o Ministério Público Federal (MPF).

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