“Quando não temos corrupção obras não são paradas”, afirma Marina

Marina Silva (Rede), candidata à Presidência da República, defendeu nesta segunda-feira (6/8) uma unificação do processo de licenciamento ambiental para obras de infraestrutura. Para a ex-ministra do Meio Ambiente, há uma profusão de regras que tornam um processo “altamente complexo”. “Existe uma proposta de unificação e modernização dessas normas em discussão no Congresso, uma Lei Geral de Licenciamento Ambiental”, afirmou.

Marina Silva  acredita que a liberação de grandes obras precisa ter ainda mais fiscalização do governo federal para evitar desperdício e desvios de dinheiro público. “Quando não temos corrupção obras não são paradas. Podemos sim tirar o temor dos servidores públicos. A blindagem do servidor passa pela qualidade dos projetos”, completou. As declarações de Marina foram dadas durante exposição no painel Coalizão pela Construção, formado por 26 entidades empresariais ligadas à construção civil.

Na sequência, falarão os outros presidenciáveis na sabatina realizada por entidades da área em Brasília. Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT), Álvaro Dias (Podemos) e Henrique Meireles (MDB) também participaram nesta segunda-feira (6/8) do evento. O encontro com os candidatos à Presidência da República é realizada pela Coalizão pela Construção, entidade formada por 26 das mais importantes organizações representativas do setor.

Marina também informou que “universalizar” o saneamento básico é uma das principais metas do  seu programa de governo. “É uma medida essencial não apenas para a qualidade de vida da sociedade, mas para o meio ambiente e as atividades econômicas que dependem de água limpa, como a agricultura e o turismo”, avalia Marina Silva.

De acordo com os dados apresentados por Marina, 100 milhões de brasileiros não têm esgotamento sanitário, 35 milhões não têm água tratada e 1,4 milhões moram em favelas. A candidata também citou informações relacionadas com o setor, como os investimentos em energia fotovoltaica. Segundo Marina Silva, obras neste tipo podem gerar 3,9 milhões de empregos até 2030 no Brasil. “A engenharia também tem um papel crucial frente ao enorme desafio de adaptar o país aos impactos cada vez mais agudos das mudanças climáticas”, disse.

A candidatura de Marina Silva à Presidência da República foi confirmada sábado (4/8) pela convenção nacional da Rede. O partido também indicou o ex-deputado Eduardo Jorge (PV) para compor a chapa na vaga de vice.  Na terceira tentativa de chegar ao Palácio do Planalto, a ex-ministra do Meio Ambiente aparece bem nas pesquisas eleitorais.

Em cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fica em segundo lugar, atrás de Jair Bolsonaro (PSL). Com Lula, cai para terceiro. Com apenas 24 segundos nos programas de TV, Marina aposta no currículo limpo de escândalos de corrupção e no discurso contra a hegemonia dos grandes partidos.

Formada em organizações de esquerda na década de 1980, ela distanciou-se do bloco liderado pelo PT desde 2010, quando saiu do partido para candidatar-se pela primeira vez ao Palácio do Planalto. O afastamento aumentou em 2014. Atacada sem tréguas pelos antigos companheiros, Marina ficou fora do segundo turno e apoiou o tucano Aécio Neves contra a petista Dilma Rousseff. Mesmo assim, parcela significativa dos eleitores de Lula, segundo as pesquisas, migra para a candidata da rede caso ele não possa concorrer.