PT sobre Golpe de 1964: “Não há o que celebrar”
Sigla reage à “Ordem do Dia” lançada pelo Ministério da Defesa para ser lida nos quartéis para celebrar 56 anos da deposição de João Goulart
atualizado
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Em nota divulgada nesta terça-feira (31/03), o PT criticou a atitude do Ministério da Defesa de comemorar o Golpe de Estado de 1964 em uma ordem do dia lida nos quartéis nesta terça-feira (031/03). Para o partido, o governo tenta “reescrever” a história. No entanto, faltariam elementos críveis e, diante disso, o partido vê uma aposta no caos por parte do governo.
“Não há o que celebrar nesta data, nem mesmo por aqueles que, na falta de argumentos críveis, apegam-se à falácia de que a ditadura teria evitado o comunismo ou qualquer outro fantasma de sua visão autoritária”, destaca o partido em nota assinada pela presidente nacional da legenda, deputada Gleisi Hoffmann (PR), pelo líder na Câmara, deputado Enio Verri (PR) e pelo líder no Senado, senador Rogério Carvalho (SE).
“O que o Brasil precisa evitar neste momento, com o engajamento de todos, inclusive das Forças Armadas, é a aposta no caos que o pior presidente da República de todos os tempos está lançando, ao investir contra a saúde da população e a vida das pessoas em meio à crise do coronavírus”, prossegue a nota.
O texto da Ordem do Dia foi publicado pelo Ministério da Defesa no final da tarde de segunda-feira. Ele é assinado pelo ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e pelos três chefes das Forças Armadas. A Ordem do Dia dos militares aponta o golpe como um “marco da democracia brasileira” e diz que “o Brasil reagiu com determinação às ameaças que se formavam àquela época”.
Na nota, o PT lembra que “o golpe contra o governo constitucional do presidente João Goulart foi o primeiro passo de uma ditadura militar que prendeu, torturou e assassinou; que se impôs ao país por meio de censura, espionagem, intimidação e terror”, destaca o texto.
“A redemocratização do Brasil custou a destruição de famílias inteiras e a vida de incontáveis brasileiros e brasileiras, que não merecem ser violentados mais uma vez”, conclui o PT.