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PT quer reverter votos pró-impeachment no Senado propondo nova eleição

Apoio de Cristovam Buarque, Reguffe e Hélio José, senadores do DF, seria conquistado com o compromisso de Dilma concordar com novas eleições caso retorne ao poder

atualizado

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Fotos: Waldemir Barreto/ Jefferson Rudy/ Agência Senado
reguffe, Cristovam, hélio josé
1 de 1 reguffe, Cristovam, hélio josé - Foto: Fotos: Waldemir Barreto/ Jefferson Rudy/ Agência Senado

O PT está contando votos para reverter o processo de impeachment no Senado. A estratégia é retomar o discurso de novas eleições e convencer a presidente afastada Dilma Rousseff a se comprometer com a proposta, caso ela volte ao poder. Assim, petistas dizem acreditar que será mais fácil fazer com que alguns senadores que votaram pela abertura do processo mudem de voto na fase final.

Os nomes favoritos dos petistas para reverter a votação são os senadores do Distrito Federal, Cristovam Buarque (PPS-DF), Antônio Reguffe (sem partido) e Hélio José (PMDB-DF). O entendimento é que as medidas de Temer com cortes no serviço público, concursos e reforma da Previdência enfraquece o eleitorado brasiliense de classe média.

Para que a presidente seja definitivamente afastada são necessários 54 votos. Na sessão de admissibilidade, 55 senadores votaram pela abertura do processo. O PT calcula entre dez e 13 senadores considerados “potenciais” para mudar de voto, mas para garantir a permanência de Dilma só precisaria reverter de fato quatro posicionamentos.

Tanto Cristovam quanto José afirmaram na primeira sessão que votavam apenas pela abertura do processo e que poderiam mudar de opinião. Reguffe foi mais crítico em seu discurso contra o governo Dilma, mas ele faz parte do grupo de senadores que defendem a PEC das novas eleições.

Sinalização
Cristovam, que também defende novas eleições, disse que, caso a presidente se comprometa com a medida, essa seria uma “sinalização importante”, mas que isso não define o seu voto. Para o senador, Dilma precisa mostrar que seria uma presidente melhor que Temer, abandonar o discurso do golpe e assumir erros

Na avaliação das duas primeiras semanas de governo Temer, os petistas sustentam que o presidente em exercício saiu desgastado e que a opinião pública já se volta contra ele. Por isso, outra saída é usar os erros do governo para jogar a população contra Temer e pesquisas de popularidade para pressionar senadores.

Nessa linha, outro foco de atenção para os petistas é o PSB. Além de o partido ter sido parte da base do governo PT, os petistas apostam em uma questão regional. Eles acreditam que a opinião pública vai se virar contra Temer com mais força no Nordeste e Antonio Carlos Valadares (SE) e Roberto Rocha (MA) seriam nomes fortes para mudar de voto.

Além desses, foi cotado também o nome do senador Romário (PSB-RJ), que tem restrições com Romero Jucá (PMDB-RR), ex-ministro do Planejamento de Temer e um dos principais articuladores do impeachment. Jucá é relator da CPI do Futebol, presidida por Romário, e trabalha no sentido de dificultar as investigações e evitar a convocação de dirigentes da CBF.

Senadores do PT afirmam que o assunto já foi colocado para a presidente afastada e a parte mais difícil da estratégia é justamente convencê-la a se comprometer com novas eleições.

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