PT, PSol e PCdoB não recebem convite, e PSB recusa café com Bolsonaro
Preocupado com articulação na Câmara, presidente chama líderes de partidos considerados “simpáticos” para desjejum no Alvorada
atualizado
Compartilhar notícia
Os líderes do PT, deputado Paulo Pimenta (RS); do PSol, Ivan Valente (SP); e do PCdoB, Orlando Silva (SP); não receberam convite do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para o café da manhã com as lideranças da Câmara marcado para o início desta quinta-feira (21/2).
Nesta quarta (20), Bolsonaro toma café com integrantes de seu próprio partido, na tentativa de estancar a crise deflagrada com as denúncias de que candidatos da sigla receberam verbas indevidamente do fundo partidário, o que resultou na demissão do agora ex-ministro Gustavo Bebianno.
Preocupado com a articulação de seu governo no Congresso Nacional, o presidente enviou convites para as lideranças de todos os demais partidos para o encontro com ele nesta quinta. Já ouviu alguns nãos de legendas de oposição, mas deve reunir grande parte das representações da base aliada e de siglas que se dizem independentes no momento.
O PSB, partido que é declaradamente oposição, recebeu convite para seu líder, Tadeu Alencar (PE). No entanto, em reunião nessa terça-feira (19), toda a bancada decidiu recusar.
Previdência
O motivo do encontro, de acordo com o convite enviado para os líderes, seria explicar a proposta da reforma da Previdência. “Mas, se é para explicar, por que não é para todo mundo? Alguns líderes não foram convidados”, justificou o líder socialista, após a reunião.
Responsável pelo comando do PCdoB na Casa, o deputado Orlando Silva foi enfático. “Não recebemos e, se tivéssemos recebido, não compareceríamos”, disse. Deputados do PT e do PSol são da mesma opinião.
O líder da oposição, Alessandro Molon (PSB), também não recebeu convite. “Achei muito bom não ter sido convidado”, afirmou.
“Simpáticos”
O encontro ocorrerá após uma semana difícil para o governo. Além da primeira derrota em votação na Câmara, o Planalto ainda precisou tentar apagar as chamas das denúncias de desvios de recursos do Fundo Partidário com a utilização de candidaturas laranja do partido do presidente, o PSL.
Entre as legendas consideradas “simpáticas” pelo governo, estão todas as da base e alguns partidos que se declaram “independentes”.
Um deles é o SD. O líder da sigla na Câmara, deputado Augusto Coutinho (PE), disse que vai ao café da manhã com o presidente.
Nessa terça (19/2), no entanto, após a primeira derrota do governo na Câmara, quando os deputados enterraram a proposta que determinava sigilo de dados, o líder comentou: “O governo ainda não está sabendo como funciona o processo. Tem um monte de gente que não tem um voto, ao lado do presidente, cuidando da articulação com o Congresso”.
“Não somos da base. Somos independentes, mas concordamos com várias agendas do governo. Vamos conversar”, disse Coutinho ao Metrópoles.