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PT pressiona Lula a aceitar ministério e ‘escapar’ de Moro

O assunto foi tratado na noite de terça-feira, 8, em reunião de Lula, Dilma e ministros, no Palácio da Alvorada

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Lula
1 de 1 Lula - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sendo pressionado a assumir um ministério no governo Dilma Rousseff. Mas, até agora, ele resiste. Com o avanço da Lava Jato, aliados de Lula dizem que ele precisa de foro privilegiado porque, segundo eles, do jeito que a operação caminha, o petista pode ter a prisão decretada. O assunto foi tratado na noite de terça-feira (8/3), em reunião de Lula, Dilma e ministros, no Palácio da Alvorada.

Se Lula ocupar um ministério, eventual pedido de prisão precisa ser autorizado pelo Supremo Tribunal Federal e o ex-presidente não ficará nas mãos do juiz Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato na 1ª instância. Para petistas, é claro o objetivo da operação de atingir Lula e o PT, além de jogar combustível no impeachment de Dilma.

“Aumentou no PT a pressão para que Lula assuma um ministério, para tentar também esboçar uma reação do governo às arbitrariedades que estão ocorrendo”, afirmou um amigo do ex-presidente. Lula não quer aceitar nenhum cargo no governo sob o argumento de que isso passaria a impressão de confissão de culpa. Em agosto do ano passado, o PT já o havia sondado para ocupar um ministério.

Diagnóstico
Apesar da pressão, Lula tem feito um diagnóstico positivo sobre a ação da Lava Jato que o levou a prestar depoimento de forma coercitiva na sexta-feira (4/3). “A partir de agora, se me prenderem, eu viro herói. Se me matarem, viro mártir. E, se me deixarem solto, viro presidente de novo”, disse Lula a mais de um interlocutor. O petista chegou na tarde de terça-feira a Brasília onde se reuniu com Dilma pela segunda vez em quatro dias.

Reunião com senadores
“Estão forçando a barra”, reclamou o petista no café da manhã com Renan Calheiros e outros senadores na manhã desta quarta (9/3). Lula disse que ele está sendo “perseguido” pela força-tarefa que investiga o esquema de corrupção da Petrobras, embora não tenha citado nominalmente o juiz Sérgio Moro, responsável pela operação. Ele disse que os senadores deveriam se manifestar sobre a condução da qual ele foi alvo, que classificou como “ilegal”.

No início do café, o ex-presidente fez questão de destacar que não é dono do tríplex no Guarujá (SP) nem do sítio em Atibaia (SP), imóveis cuja Lava Jato suspeita que seja patrimônio oculto do ex-presidente. Contudo, Lula não deu maiores detalhes sobre as propriedades, mas ressaltou que já prestou todos os esclarecimentos à Justiça.

Participaram do encontro senadores do PMDB, do PT, do PP, do PDT e do PCdoB, todos integrantes da base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff. O Senado é a Casa Legislativa que, proporcionalmente, tem mais parlamentares investigados na operação: 13 dos 81 senadores são alvos de inquéritos no Supremo Tribunal Federal, inclusive Renan Calheiros.

Após a explanação inicial, Lula e os senadores começaram a conversar sobre a preocupação com a economia brasileira. Presente ao encontro, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que não foi discutida na reunião suposta nomeação de Lula para algum ministério do governo, o que daria ao ex-presidente a prerrogativa de ser investigado apenas pelo Supremo.

 

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