PT muda posição e deve votar em favor do afastamento de Aécio
Segundo o líder da minoria no Senado, Humberto Costa (foto em destaque), do PT-PE, a manifestação do partido tinha caráter institucional
atualizado
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Após o mal-estar causado pela nota em que o PT criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de afastar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato, o partido deve fechar questão e votar pela manutenção das medidas cautelares aplicadas contra o tucano.
A bancada vai se reunir na próxima terça-feira (17/10), dia previsto para a votação sobre o caso no plenário do Senado. Segundo o líder da minoria na Casa, Humberto Costa (PT-PE), a manifestação do PT em relação a Aécio tinha um caráter institucional, de defesa da autonomia entre os poderes, e não de apoio ao tucano. Para o petista, a bancada do partido, com nove senadores, deve votar unida para manter o tucano afastado do cargo.
A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) endossa a posição de Costa. “Não dá para fingir que a gente não ouviu a conversa indecorosa que ele (Aécio) teve com Joesley Batista (dono da JBS). Não dá para fingir que não houve mala de dinheiro entregue ao primo dele. Se o Senado quer o respeito do povo brasileiro, não dá para tampar o sol com a peneira”, chancelou.
Nota
Um dia depois de o Supremo determinar o afastamento de Aécio e impor outras medidas cautelares ao tucano, o PT emitiu nota em que classificava como “esdrúxula” a decisão. “A resposta da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal a este anseio de Justiça foi uma condenação esdrúxula, sem previsão constitucional, que não pode ser aceita por um poder soberano como é o Senado Federal”, dizia o texto.
A nota também afirmava que não existia “a figura do afastamento do mandato por determinação judicial” e que a decisão era “mais um sintoma da hipertrofia do Judiciário”, que vinha “se estabelecendo como um poder acima dos demais e, em alguns casos, até mesmo acima da Constituição Senado Federal”.
Com diversos parlamentares implicados na Operação Lava Jato, a manifestação foi vista como maneira de marcar posição diante da possibilidade de algo semelhante ocorrer com algum petista. A presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR), por exemplo, já é ré em um inquérito no Supremo.
O texto, no entanto, não foi bem recebido pela militância do partido, que apontaram o fato de Aécio ter sido um dos principais articuladores do impeachment de Dilma Rousseff (PT).