PT lança ofensiva jurídica contra ministro Jungmann
Partido responsabiliza titular da Segurança Pública por PF não ter cumprido ordem de soltura de Lula
atualizado
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O PT pretende iniciar uma ofensiva jurídica contra o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, por supostamente ter interferido junto à Polícia Federal para evitar o cumprimento do habeas corpus concedido ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato, pelo desembargador plantonista do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) Rogério Favreto – decisão posteriormente revogada pelo presidente da Corte, Carlos Eduardo Thompson Flores.
O partido vai usar o episódio como símbolo do que os petistas classificam de “perseguição do Judiciário e do juiz federal Sérgio Moro” contra o petista. A área jurídica, no entanto, ainda estuda qual o melhor caminho para acionar Jungmann.
Na avaliação do partido, o ministro foi um dos principais “agentes” dessa “manobra”. “Se Jungmann participou diretamente desse esquema será responsabilizado”, afirmou o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), um dos autores do habeas corpus que provocou o imbróglio jurídico.
Jungmann negou o fato. Questionado na segunda-feira (9) se poderia haver algum tipo de responsabilização da Polícia federal por causa da demora em soltar o ex-presidente, o ministro disse que a PF “cumpriu estritamente a lei, num momento muito difícil, complicado, de conflito de competências, no Poder Judiciário.” Procurado nessa terça-feira (10), Jungmann não se manifestou.
Deputados e senadores petistas alternaram-se ontem falando sobre o assunto nas tribunas do Congresso e cogitam mobilizarem-se para convocar ou convidar Jungmann para dar explicações na Câmara ou no Senado. O partido também organiza atos de rua – o primeiro deles está marcado para o dia 18, em Curitiba.