PSol denunciará Bolsonaro à OMS por descumprir normas de saúde
O presidente da República participou de um protesto favorável a seu governo nesse domingo e apertou a mão de mais de 200 pessoas
atualizado
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A bancada do PSol na Câmara dos Deputados vai protocolar, nesta segunda-feira (16/03), uma denúncia contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), à Organização Mundial da Saúde (OMS) por “estimular e participar” de manifestações em tempos de coronavírus. Para o partido, a atitude do chefe do Executivo federal vai contra as orientações da entidade para evitar a transmissão do Covid-19.
Nesse domingo (15/03), Bolsonaro foi às ruas de Brasília e participou de um protesto favorável a seu governo. Na ocasião, ele abraçou e apertou a mão de mais de 200 pessoas. O documento pede que o governo brasileiro seja notificado e que os descumprimentos das normas internacionais sejam apurados. Após a denúncia na OMS, o partido também estuda a possibilidade de representar contra o presidente junto à Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Foi um crime contra a saúde pública. Ao invés de ser o líder do país e incentivar as medidas de contenção, ele estimulou aglomerações, desceu e apertou a mão de todos que estavam lá”, disse a líder do PSol na casa, Fernanda Melchionna.
A deputada ressaltou que quatro pessoas da comitiva que acompanhou Bolsonaro na viagem aos EUA estão infectadas. “O que vimos foi um líder da extrema direita e não do país, pois este é um momento de crise”, continuou.
Regime militar
Além do contato com a população e incentivo de aglomerações, o documento também acusa Bolsonaro de agir contra a Constituição Federal ao participar de um protesto que pediu a volta do regime militar. “Além de tudo, foi um crime contra a instituição, foi um ato a favor da ditadura”, explicou a parlamentar.
Segundo a deputada, o partido entende que a falta de isolamento e cuidado sanitário pode aumentar o número de casos no Brasil, como ocorreu na Itália. “Os países demoraram para perceber que é preciso ter uma restrição às aglomerações. Só assim vamos evitar que o brasil entre na mesma rota que países da Europa”, pontuou.