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PSL não vai entrar na defesa de Moro, diz Bivar: “Ele nem é filiado”

O presidente do partido afirmou que cada parlamentar é livre para, individualmente, se manifestar sobre o caso

atualizado

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Valter Campanato/Agencia Brasil
LUCIANO BIVAR
1 de 1 LUCIANO BIVAR - Foto: Valter Campanato/Agencia Brasil

Partido do presidente Jair Bolsonaro, o PSL não vai entrar na linha de defesa do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que teve seu celular interceptado por hacker e supostas comunicações mantidas com integrantes do Ministério Público (MP) divulgadas pelo site The Intercept. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) cobrou o afastamento do ministro e dos procuradores para apuração de possíveis irregularidades na condução da Operação Lava Jato e das ações penais. O site afirma que recebeu o material de uma fonte anônima.

“O Moro nem é filiado ao PSL, tá certo?”, justificou o presidente da legenda, deputado Luciano Bivar (PSL-PE). Segundo ele, cada parlamentar é livre para, individualmente, se manifestar sobre o caso, mas não haverá uma ação conjunta ou em nome da sigla governista.

Na manhã desta terça-feira (11/06/2019), deputados e senadores do PSL se reuniram em Brasília. Eles terminaram o encontro sem discutir qualquer manifestação em defesa política do ministro. O encontro serviu para lançar uma campanha pela aprovação da reforma da previdência.

A divisão sobre sair ou não em defesa do ministro evidenciou-se quando a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) conclamou os parlamentares a irem juntos à sede da Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República cobrarem uma investigação sobre o ataque hacker em dispositivos móveis do ministro e de procuradores da Lava Jato. A deputada recebeu a sugestão de representar para que o caso seja enquadrado na Lei de Segurança Nacional, uma vez que o veículo que divulgou as conversas é estrangeiro.

“Vai ter mais reunião? O que vocês acham de os deputados irem lá na Polícia Federal pedir uma investigação do vazamento? Vocês querem ir?”, disse Zambelli. Alguns deputados responderam ironicamente que ela fosse e falasse também de tentativas de intrusão nos celulares deles.

Sem adesão, Zambelli disse à reportagem que pretende ir sozinha aos órgãos investigadores ainda nesta terça-feira. “Eu vou entrar na PGR com pedido de investigação pela Lei Carolina Dieckmann (sobre delitos informáticos)”, disse ela. Zambelli diz que a rede de ativistas e militantes de que faz parte – o movimento Nas Ruas – está pronta para protestar em apoio a Moro

CPI
Ao fim do encontro, o vazamento das supostas conversas foi tema de bate-papo entre os parlamentares. Eles ponderavam que a PGR e a PF já haviam aberto procedimentos de apuração e avaliavam que o caso pode virar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Há duas em funcionamento atualmente na Câmara. Deputados disseram, porém, que os fatos não têm gravidade para tanto.

“As informações estão tão cristalinas, não tem nada que seja não republicano”, disse Bivar. “Acho que tem de abrir uma CPI ao contrário, para investigar quem vazou”, opinou Zambelli. “A gente pensou nisso, mas pode ser um desgaste e prolongar um assunto que daqui a pouco pode morrer.”

Senadores do PSL viram digitais do senador Renan Calheiros (MDB-AL) na reação de órgãos de controle, como o Conselho Superior do Ministério Público (CNMP). Isso porque o ex-secretário-geral da Mesa do Senado Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho, consultor da confiança de Calheiros, foi um dos conselheiros que assinou o procedimento para apurar a conduta dos procuradores da República integrantes da Lava Jato. A apuração foi considerada por parlamentares como uma “reação do submundo”.

“O Bandeira é membro do CNPM. Ele é um dos que assinou o pedido de investigação dos procuradores. A mando do Renan”, disse a senadora Juíza Selma Arruda (PSL-MT).

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