PSDB e PSD sinalizam apoio a impeachment de Bolsonaro
Últimas declarações do presidente, em meio aos atos de 7 de setembro, foram mal recebidas e geraram reação dura de líderes das duas siglas
atualizado
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Após o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, anunciar nesta terça-feira (7/9) a convocação de uma reunião extraordinária para tratar da posição do partido em relação ao possível processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o governador de São Paulo, João Doria, se posicionou, pela primeira vez, favorável à medida.
“Minha posição é pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro – depois do que ouvi hoje ele claramente afronta a Constituição”, afirmou Doria. Mais cedo, durante atos em Brasília, o presidente ameaçou o Judiciário: “Pode sofrer aquilo que não queremos”. Além disso, falou em convocar uma reunião com o Conselho da República, órgão que analisa situações como intervenções federais, estado de defesa e estado de sítio.
O governador de SP falou que “até hoje nunca havia feito nenhuma manifestação pró-impeachment” e se manteve “na neutralidade” por entender que os fatos deveriam ser avaliados e julgados pelo Congresso Nacional, mas que mudou de opinião após o discurso. As declarações foram feitas no Centro de Operações da Policia Militar (Copom).
Além de Doria, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou no Twitter que “foi um erro colocar Bolsonaro no poder” e que “está cada vez mais claro que é um erro mantê-lo lá”.
Reunião do PSDB
A mensagem de Araújo convocando a reunião foi publicada pouco tempo após Bolsonaro adotar tom de ameaça ao Judiciário durante discurso feito a apoiadores reunidos na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
O PSDB, por enquanto, não tem uma posição definida em relação aos mais de 100 pedidos de impeachment protocolados na Câmara dos Deputados e nunca avaliados. No entanto, tem se posicionado a favor da democracia.
PSD
A manifestação de Araújo sobre eventual apoio do PSDB ao impeachment de Bolsonaro se soma à declaração dada nessa segunda-feira (6/7), pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, no mesmo sentido.
Em entrevista à jornalista Miriam Leitão, da Globonews, Kassab afirmou que, caso a escalada antidemocrática demonstrada por Bolsonaro nos últimos meses continue, o partido poderá apoiar o impedimento de seu mandato.
O Metrópoles entrou em contato com Kassab para saber se já há uma posição definida pelo partido, mas não houve retorno. O espaço permanece aberto.