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PSDB de São Paulo abre movimento pró-reeleição de Bruno Covas

Neto do ex-governador Mário Covas, Bruno adotou um discurso diferente do feito por Doria e articulou um grupo de poder no partido

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Agência Brasil
Temer participa da cerimônia de abertura da APAS Show 2018
1 de 1 Temer participa da cerimônia de abertura da APAS Show 2018 - Foto: Agência Brasil

O PSDB deve fazer neste domingo (14/4) o primeiro gesto explícito de apoio à reeleição do prefeito de São Paulo, Bruno Covas. Pouco mais de um ano depois de assumir o cargo, após o hoje governador João Doria renunciar ao cargo para disputar o Palácio dos Bandeirantes, o tucano será aclamado pré-candidato na convenção municipal da sigla no momento em que tenta encontrar uma marca para sua gestão.

Neto do ex-governador Mário Covas, Bruno adotou um discurso diferente do feito por Doria, afastou-se do aliado e tenta se firmar como um polo de poder no partido. Enquanto o grupo político do governador prega uma guinada conservadora e liberal no PSDB, o de Covas fala em voltar às origens da social-democracia e dialogar com a esquerda.

O escolhido para comandar o diretório do PSDB na capital, e também a campanha de Covas em 2020, foi o sociólogo e pesquisador Fernando Alfredo. Chefe de gabinete da subprefeitura de Pinheiros, ele é um aliado histórico do prefeito. “O PSDB não é e nem será um partido de direita. Historicamente ele é mais próximo da esquerda do que da direita”, disse Alfredo ao Estado

O novo dirigente se diz “radicalmente contra” a ideia, defendida pelo grupo de Doria, de mudar o nome do PSDB e refundar o partido. “Somos o partido da social-democracia. Não temos que refundar ou mudar de nome, mas que resgatar a bandeira da social-democracia”. Ainda segundo Alfredo, o prefeito Bruno Covas é uma liderança nacional “do mesmo tamanho” que o governador João Doria.

Na articulação para a composição da chapa da executiva do PSDB paulistano, Doria tentou emplacar um nome de sua confiança que atua na Prefeitura: o vereador e secretário da Casa Civil, João Jorge.

O governador, porém, foi demovido da ideia ao ser alertado que isso poderia abrir uma crise interna, já que Alfredo não aceitaria desistir do cargo. Doria indicou, porém, o seu chefe de gabinete, Wilson Pedroso, para o cargo de secretário geral.

Pelo acordo entre prefeito e governador, Doria vai indicar a maioria dos cargos do diretório estadual do PSDB, em maio. O novo presidente da sigla no Estado será o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi. O governador também articula indicar aliados para os cargos chave do diretório nacional do partido. Doria escolheu o ex-deputado pernambucano Bruno Araújo para presidir o PSDB nacional.

Para o sociólogo Rodrigo Prando, professor da Universidade Mackenzie, Covas terá muita dificuldade para se reeleger em São Paulo, apesar do contar com a máquina da prefeitura. “Ele não conseguiu imprimir uma marca na gestão e o PSDB está em uma situação muito difícil. O prefeito também parece estar enfadado no cargo”, afirmou.

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