Favorito para presidir CPI da Covid criticou governo por negacionismo
Senador Omar Aziz é o nome preferido pelo Planalto para presidir o colegiado que vai investigar ações no enfrentamento à pandemia
atualizado
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O senador que deve presidir a CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), já criticou o governo federal pela negação da ciência frente à pandemia de Covid-19 e confrontou diretamente o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
Nota da coluna do Guilherme Amado, na revista Época, mostra que em uma sessão de debates à qual o ministro compareceu no Senado, em 11 de fevereiro deste ano, o senador Omar Aziz disse:
“Ministro, ninguém duvida do esforço que o governo federal está fazendo, mas todo esse esforço se perde quando se nega a ciência. Por mais esforço de falar sobre vacina, de discutir envio de recursos para os municípios, para os estados, ele se perde todo quando parte do governo, aliados do governo federal, nega a ciência”.
“Isso tem prejudicado desde o primeiro dia que nós tivemos o primeiro caso de pandemia no Brasil. Desde o primeiro dia, se nega a ciência. Não dá para negar ciência neste momento, ministro. O que nós estamos vendo é isso”, prosseguiu, segundo as notas taquigráficas da sessão.
O nome de Aziz é hoje o mais forte à presidência da CPI, que vai investigar omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia.
A comissão terá como vice-presidente o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), primeiro signatário do pedido de instalação da CPI. O apoio do governo a Aziz ocorre para evitar que o colegiado seja presidido por um oposicionista.
O relator deve ser o senador Renan Calheiros (MDB-AL), dado que o MDB é o partido com a maior bancada no Senado. A relatoria representa um revés para o Palácio do Planalto.
A oficialização dos senadores que irão presidir e relatar a CPI só ocorre no dia da instalação, que deve ocorrer na próxima semana.
O presidente dá o rumo aos trabalhos e o relator produz o texto final, que poderá ser encaminhado ao Ministério Público e a outros órgãos de controle.