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Proteção de mares e oceanos: um tema fora do radar dos presidenciáveis

ONG Oceana alega que candidatos ao Planalto não trataram sobre ecossistemas marinhos e pesca sustentável em seus discursos e programas

atualizado

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Dead sea turtle among ocean plastic waste
1 de 1 Dead sea turtle among ocean plastic waste - Foto: IStock

Os 13 candidatos que disputam a corrida presidencial de 2018 receberam sugestões de medidas voltadas para a proteção dos oceanos e de espécies marinhas. A recomendação foi feita pela ONG Oceana e também busca promover a pesca dentro de limites ambientalmente seguros.

Segundo a entidade, nenhum dos programas dos candidatos ao Palácio do Planalto, entregues ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), menciona essas questões de modo específico. Conforme informou a organização, algumas plataformas citam o tema da biodiversidade, sem, no entanto, pontuar ações direcionadas aos oceanos.

“É urgente! O Brasil precisa adotar medidas para proteger os mares e promover a atividade pesqueira de forma sustentável. Ignorar essas agendas significa permitir que ecossistemas sejam destruídos e abrir mão de recursos valiosos, da geração de emprego e da oferta de alimento no presente e no futuro”, disse o diretor-geral da Oceana no Brasil, Ademilson Zamboni.

A pesca sustentável é outra defesa da ONG. Na avaliação do dirigente, a iniciativa é uma atividade relevante para a produção de alimentos, inclusive por se tratar de uma rica fonte de proteína, por exemplo.“O Brasil possui 8,5 mil quilômetros de costa e uma zona econômica exclusiva que equivale a 40% do território brasileiro”, afirmou o dirigente da entidade.

proposta feita pela Oceana aos postulantes a presidente tem como base cinco eixos: gestão pesqueira com base científica, transparência, eliminação da pesca predatória, proteção dos habitats marinhos e melhor governança da pesca. Segundo a ONG, os representantes das campanhas, responsáveis pela elaboração dos planos de governo, informaram que o material foi analisado.

Futuro
Na avaliação de Ademilson Zamboni, os últimos governos não foram muito atuantes no setor. Ele lembra a série de escândalos de corrupção envolvendo o Ministério da Pesca – extinto em outubro de 2015. O dirigente da entidade espera que o próximo presidente da República adote políticas de eficiência e transparência para a proteção da costa brasileira, além da promoção da pesca sustentável.

“O Brasil tem sido omisso na missão soberana que lhe permitiria salvaguardar os recursos naturais marinhos e, ao mesmo tempo, produzir alimento e gerar emprego e renda”, destacou. “Há mais de 10 anos não é realizado um grande levantamento sobre a situação da Zona Econômica Exclusiva brasileira [espaço marítimo sob responsabilidade do país]. Os dados que existem hoje estão espalhados e muitos imprecisos”, finalizou.

O dirigente ainda defendeu que as práticas danosas de pesca sejam eliminadas. “Para isso, será preciso que em seu governo – ele ou ela [futuro presidente] – considere a atividade e o meio ambiente como prioridades. O Brasil precisa de gestão pesqueira com base em dados científicos. Existe hoje um vácuo em termos de dados sobre a pesca que é feita no país. Isso é inaceitável” concluiu.

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