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Proposta para liberar jogos coloca evangélicos em oposição ao governo

O presidente da Câmara criou um grupo de trabalho com 90 dias para elaborar um texto. Evangélicos apontam tema como “inegociável”

atualizado

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Mesa com números vermelhos e pretos em cassino
1 de 1 Mesa com números vermelhos e pretos em cassino - Foto: Divulgação

A bancada evangélica começou a se mobilizar para tentar barrar na Câmara a aprovação da proposta que prevê a legalização de jogos no Brasil. O tema é de interesse do governo, e tem no Ministério do Turismo, sob a gestão do ministro Gilson Machado, um dos maiores defensores de incrementar a atividade no país.

O tema, no entanto, sofrerá ativa resistência entre evangélicos, em sua maioria apoiadores do governo. O coordenador da bancada, deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), já ensaia um posicionamento oficial da frente, que reúne 120 deputados e 14 senadores.

Na última sexta-feira, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), criou um grupo de trabalho com o objetivo de debater um Marco Regulatório dos Jogos no Brasil, que toma como base o projeto de lei PL-442/91, que tramita há 30 anos na Casa.

O texto chegou a ser aprovado em uma comissão especial na Câmara em 2016. Desde então, está pronto para ir a Plenário.

“Favorecimento do vício”

A proibição foi estabelecida em 30 de abril de 1946, por meio do decreto-lei 9.215, assinado pelo presidente Eurico Gaspar Dutra. A ideia agora, com o grupo de trabalho, é tentar votar um regulamentação para o jogo até o fim deste ano. O grupo tem 90 dias para elaborar um texto, prazo que pode ser prorrogado mediante solicitação do coordenador, deputado Barcelar (Pode-BA). A relatoria da proposta ficou a cargo do deputado Felipe Carreras (PSB-PE).

Os evangélicos já apontam que este será um ponto de divergência com o governo, por se tratar um uma assunto caro às igrejas e que, segundo seus líderes, interfere diretamente nas famílias e nos “vícios”. Trata-se de um ponto crucial na chamada “pauta de costumes” e por isso contará com o repúdio dos religiosos.

“É uma pauta que vem sendo discutida há muitos anos na Câmara, e não acredito que obtenha sucesso. Além disso, é um assunto que só cria confusão, e isso é tudo que não precisamos neste momento. Tem tanta coisa importante para a gente discutir”, reagiu o deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP), uma das lideranças evangélicas.

Outros integrantes apontam que não há fórmula de conciliação com o governo dentro desse tema, porque é um assunto voltado para “favorecer o vício e desestruturar famílias”.

Batalha

Nesta semana, já existe uma discussão marcada que pode virar embate entre governistas não evangélicos e religiosos. A Comissão de Turismo realizará uma audiência pública na quarta-feira (15/9) para debater a proposta, e convidou vários oradores a favor da legalização dos jogos.

Entre eles, estão o subsecretário de Prêmios e Sorteios da Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da Economia, Waldir Marques Júnior; o presidente do Instituto de Desenvolvimento, Turismo, Cultura, Esporte e Meio Ambiente (IDT-Cema), Bruno Omori; o secretário da Comissão Especial de Direito dos Jogos Esportivos, Lotéricos e Entretenimento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Daniel Homem de Carvalho; o presidente do Jockey Clube Brasileiro, Raul Lima Neto; o presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal, Magno José; o conselheiro da Resorts Brasil – Associação Brasileira de Resorts, Antonio Dias.

A audiência está marcada para as 14h30, no plenário 9 do corredor das Comissões.

O debate foi sugerido pelo presidente do colegiado, deputado Bacelar. Ele defende que a aprovação da proposta poderá fomentar o turismo no país e estima a geração de 700 mil empregos diretos ano ano. Outra estimativa do deputado é de um incremento de R$ 20 bilhões anuais na arrecadação proveniente dos jogos, tanto nos empreendimentos físicos quanto por meio digital.

Além de Barcelar e Carreiras, o grupo é composto por outros defensores da legalização dos jogos de azar, como Marx Beltrão (PSD-AL), ex-ministro do Turismo, que defendia essa pauta internamente no governo Michel Temer; Newton Cardoso (MDB-MG), Herculano Passos (MDB-SP), Augusto Coutinho (Solidariedade-PE) e Otávio Leite (PSDB-RJ).

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Deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP)
Deputado Bacelar (Pode-BA) é coordenador do grupo que vai elaborar parecer para liberação do jogo no Brasil
Evangélicos são contra plano no governo de legalizar cassinos
Evangélicos são contra plano no governo de legalizar cassinos
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O deputado federal Arthur Maia e o presidente da Câmara, Arthur Lira, conversam sobre texto da reforma administrativa

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Deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP)

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Deputado Bacelar (Pode-BA) é coordenador do grupo que vai elaborar parecer para liberação do jogo no Brasil

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