Proposta esdrúxula: deputado quer armar “vítimas de feminicídio”
O projeto foi apresentado pelo deputado estadual Major Araújo, do PSL de Goiás. Nas redes sociais, internautas criticaram duramente a ideia
atualizado
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Uma proposta de lei tem causado repúdio na Assembleia Legislativa de Goiás. Trata-se do projeto de lei que tem por objetivo instituir uma bolsa destinada a vítimas de feminicídio para aquisição de armas de fogo de uso permitido. O autor é o deputado estadual Major Araújo, do PSL. Segundo o deputado, a proposta foi apresentada em homenagem à Semana da Mulher.
Tão logo foi divulgada nas redes, internautas reagiram: “Mulher vítima de feminicídio ressuscitaria pra fazer jus ao benefício?”, questionou de forma irônica uma das pessoas.
Mulher vítima d feminicídio ressuscitaria pra fazer jus ao benefício? ?
— Lívia Porto (@liviapsouza) April 29, 2020
Outro já deu a sugestão de “levar o cano para o além”
Vai levar o cano pro além?
— Latino Lingo?? (@confiraotroco) April 29, 2020
Outro já postou a imagem de uma mesa espírita de contato com aqueles que já partiram:”Jurema, saiu uma lei agora…. Jurema, você pode nos ouvir? Jurema???!”, rebochou.
Jurema, saiu uma lei agora…. Jurema, você pode nos ouvir? Jurema???! pic.twitter.com/axZVvWtXCY
— Lockheed Electra (@marconei) April 29, 2020
Araújo, que pretende se candidatar à prefeitura de Goiânia, reconheceu o erro e disse que vai corrigir. “O essencial nessa proposta não é nem tão só a compra da armas, mas principalmente a retirada do porte [pelos agressores]. É fazer com que o Estado proporcione isso para a mulher vítima de violência doméstica”, defendeu o parlamentar.
“Vou corrigir tão logo comece a sua apreciação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da qual faço parte também”, ressaltou o deputado. “Vou fazer um substitutivo desse projeto fazendo essa correção. É da mulher vítima de violência doméstica”, ressalvou o deputado, em entrevista ao Metrópoles.
O projeto conta com ampla rejeição na enquete promovida pela Casa Legislativa estadual. Até esta quarta-feira (29/04), contava com 92,2% de rejeição entre os que opinaram na página.
Para o deputado, a rejeição à proposta não é motivada pelo erro na ementa do projeto de lei. Segundo ele, a repulsa vem por questões ideológicas. “Esse pessoal que defende direitos humanos é contra”, disse o deputado.
“Mas pergunta para a mulher vítima de violência doméstica se ela não quer. Tenho certeza que quer. Pergunta para ela. Eu vou fazer uma audiência pública só para mostrar isso com as mulheres vítimas de violência. Elas estão sendo mortas por aqueles que estão hoje usando tornozeleira”, disse o deputado.