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“Propósito de poder de Moro já estava definido”, diz Bolsonaro

Presidente afirmou que ex-juiz recebeu “ministério de porteira fechada”, mas queria que pasta trabalhasse para ele

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Na imagem colorida, dois homens estão centralizados. Eles usam terno e gravada escuro, possuem cabelo curto e ambos são brancos
1 de 1 Na imagem colorida, dois homens estão centralizados. Eles usam terno e gravada escuro, possuem cabelo curto e ambos são brancos - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a disparar críticas ao ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, a quem acusou de ter usado a pasta para propósito de poder pessoal.

“Dei um ministério para ele de porteira fechada. Mas para todos os ministros eu falei: eu tenho poder de veto. Se alguém lá dentro tiver uma vida, um passado complicado ou começar a criar problemas, eu vou lá e falo: ministro, esse cara tem que ser trocado. Ele não admitia que isso pudesse acontecer no ministério dele”, disse Bolsonaro em entrevista à Rádio Nova FM, de Pernambuco.

“O que ele queria era um ministério para trabalhar para ele, para os seus propósitos. O propósito de poder dele já estava definido bem lá trás. E ele enganou enquanto pôde externar essa intenção dele em disputar a Presidência da República”, afirmou o chefe do Executivo federal.

Moro deixou o cargo em abril de 2020. Na ocasião, acusou Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal (PF). A denúncia resultou na abertura de um inquérito, no Supremo Tribunal Federal (STF), para investigar o caso, que segue em andamento.

A demissão do ex-ministro foi motivada pela exoneração de Maurício Valeixo, então diretor-geral da PF. Valeixo era homem de confiança de Moro e chegou à direção da PF indicado pelo próprio ex-juiz. Quando o presidente pediu a troca no comando da corporação, o então ministro tentou reverter, mas, sem sucesso, acabou pedindo demissão. Saiu atirando contra Bolsonaro.

Desde então, Moro e Bolsonaro tornaram-se desafetos.

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A união dos dois se deu pela forte oposição ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Presidente Jair Bolsonaro e o então ministro Sergio Moro
Outrora aliados, Bolsonaro e Moro trocam críticas públicas frequentemente
No fim de agosto de 2019, Bolsonaro ameaçou tirar Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado por Moro, do cargo de direção da corporação
“Ele é subordinado a mim, não ao ministro, deixar bem claro isso aí”, afirmou, na época, o presidente
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Após 22 anos de magistratura, o ex-juiz Sergio Moro, conhecido por conduzir a Lava Jato, firmou aliança com Bolsonaro e assumiu a condução do Ministério da Justiça, em 2019

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A união dos dois se deu pela forte oposição ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

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Presidente Jair Bolsonaro e o então ministro Sergio Moro

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Outrora aliados, Bolsonaro e Moro trocam críticas públicas frequentemente

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No fim de agosto de 2019, Bolsonaro ameaçou tirar Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado por Moro, do cargo de direção da corporação

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“Ele é subordinado a mim, não ao ministro, deixar bem claro isso aí”, afirmou, na época, o presidente

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Em 24 de abril de 2020, Bolsonaro exonerou Valeixo do comando da PF e Moro foi surpreendido com a decisão

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Sergio Moro critica o presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma entrevista ao Estadão

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Para o senador, Moro não representa um adversário forte por não integrar o cenário político e não possuir o "exército de seguidores" de Bolsonaro

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Em novembro, o ex-juiz retorna ao Brasil e se filia ao partido Podemos. Pela sigla, lançou-se pré-candidato à Presidência da República

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A relação, antes amigável, torna-se insustentável. Em entrevistas e nas redes sociais, Moro e Bolsonaro protagonizam trocas de farpas

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Indicação ao STF

Bolsonaro voltou a dizer que Moro condicionou aceitar troca na PF por vaga no STF. “De novo ele falou que – olha só, hein, que ousadia do cara – eu poderia trocar o diretor-geral o Polícia Federal desde que eu indicasse ele, Sergio Moro, para ser ministro do Supremo Tribunal Federal. Realmente, é uma pessoa que não tem noção. Isso não é traição, isso é uma covardia que ele fez com uma pessoa que nos momentos difíceis que ele passou esteve com ele e deu um ministério de porteira fechada para ele poder combater a criminalidade.”

Bolsonaro ainda afirmou que a saída dele foi benéfica e, após a troca na pasta, quase dobrou a apreensão de drogas e armamento. “Muita coisa melhorou com a saída dele daqui de Brasília”, considerou.

Sobre sua candidatura à reeleição em 2022, Bolsonaro admitiu que é natural que dispute mais quatro mandatos, mas disse que ainda há muito o que se definir, como o vice da chapa.

“Eu devo vir candidato à reeleição, devo vir, isso é coisa natural. Quando você fala que vem, já aparece a figura do vice. Se você anuncia muito cedo, de tal partido, os outros ficam chateados contigo.”

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