Procuradores criticam decisão do STF pela liberdade de José Dirceu
Carlos Fernando dos Santos Lima e Deltan Dallagnol desaprovaram a decisão do STF em conceder liberdade para o ex-ministro condenado
atualizado
Compartilhar notícia
“Esperamos que o período dele fora da prisão seja curto.” A afirmação é do procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, um dos autores do pedido de prisão que levou o ex-ministro José Dirceu para a cadeia, em agosto de 2015.
“O que está acontecendo é a destruição lenta de uma investigação séria. Infelizmente acreditam que a população não está mais atenta, talvez anestesiada pela extensão da corrupção”, afirmou Carlos Fernando sobre a concessão de liberdade para Dirceu.
Na manhã desta terça-feira (2/2) o Ministério Público Federal, em Curitiba, anunciou a terceira denúncia criminal contra Dirceu no esquema de corrupção instalado na Petrobrás e alertou sobre as necessidades de manutenção do petista, em cárcere. As duas denúncias anteriores já resultaram em condenações que somaram mais de 32 anos de prisão.
“Tentamos trazer novos fatos com a denúncia ofertada hoje. Não foi obviamente uma tentativa de constranger os ministros, mesmo porque sabemos que isso é impossível”, afirmou o decano da equipe de 13 procuradores da Lava Jato, em Curitiba, após saber da decisão do Supremo.
O procurador do Ministério Público Federal (MPF) Deltan Dallagnol também criticou a decisão do STF. Ele usou as redes sociais para expressar o descontentamento, ele classificou como “incoerente”, o fato de libertar o ex-ministro. Pontuou casos de menos gravidade em que o a suprema Corte decidiu pela manutenção da prisão.
“É uma pena que não tenham levado isso em consideração.” Durante o anúncio da terceira denúncia criminal contra Dirceu, o procurador da República Deltan Dallagnol destacou que a liberdade do ex-ministro “acarreta sérios riscos para a sociedade em razão da gravidade dos crimes, da reiteração delitiva e da influência do réu no ambiente político-partidário”. Para Dallagnol, “situações extremas exigem cautelas extremas”. (Com informações da Agência Estado)