Prisão de Bumlai leva preocupação ao Planalto
O governo está convencido de que o foco das investigações é chegar ao ex-presidente Lula e que processo possa respingar na presidente Dilma Rousseff
atualizado
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A prisão de José Carlos Bumlai, na manhã desta terça-feira, 24, na 21ª fase da Operação Lava Jato, abriu mais um flanco de preocupação no Palácio do Planalto. O governo está convencido de que o foco destas investigações é chegar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a grande preocupação é de que todo esse processo possa respingar de alguma forma na presidente Dilma Rousseff.
Nos diversos e frequentes encontros de Dilma e Lula, o ex-presidente sempre reclama da perseguição que está sofrendo e se queixa do que classifica como falta de controle do ministro da Justiça, Jose Eduardo Cardozo, sobre a Polícia Federal.
A presidente Dilma e seus auxiliares, por sua vez, não se cansam de repetir que não há o que fazer, já que as investigações não estão mesmo sob seu controle. Frisam que nem poderiam estar e não teriam porque estar.
Os ataques a Lula, de alguma forma, acabam trazendo consequências para o governo Dilma, já que ela é sua sucessora e ele tem inegável influência sobre o Planalto. Mas todos sabem que o um golpe direto em Lula significará que o projeto político do PT estará seriamente comprometido. José Carlos Bumlai é amigo pessoal de Lula e virou o foco da investigação nesta fase em que se avalia empréstimos concedidos ao PT.
A preocupação é que este fato vem em um momento em que o Planalto achava que poderia respirar um pouco, com as atenções do Congresso se voltando principalmente para o processo na Comissão de Ética contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
No entanto, Cunha, que havia refluído um pouco nas ameaças de colocar o processo de impeachment da presidente em pauta, uma vez acuado, voltou a dar sinais de que poderá levar adiante as ameaças contra o governo Dilma – justamente no momento em que o Planalto luta para aprovar as últimas medidas do ajuste para tentar amenizar o resultado das contas públicas em 2016.