Primo dos Bolsonaro publica montagem com presidente em foto da ditadura
Léo Índio postou a montagem em seu perfil, utilizando uma foto histórica do regime militar em que militares aparecem agredindo estudante
atualizado
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Primo dos três primeiros filhos de Jair Bolsonaro, Léo Índio publicou, na terça-feira (29/12), uma montagem em seu perfil no Instagram no qual o presidente aparece agredindo um estudante em manifestação na ditadura militar (1964-1985).
A montagem utiliza um frame de Bolsonaro durante uma partida de futebol na Vila Belmiro, em Santos (SP), da qual ele participou na tarde de segunda-feira (28/12). Antes da partida, em Brasília, o chefe do Executivo nacional questionou práticas de tortura durante a ditadura, inclusive as sofridas pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
O mandatário do país fez insinuações de que a petista não teria sido torturada pelos militares durante o tempo em que ficou presa pela ditadura.
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O registro histórico original mostra militares agredindo um estudante de medicina durante um ato contra a ditadura militar na Cinelândia, no Rio de Janeiro. A foto foi feita por Evandro Teixeira e é conhecida por ser um dos símbolos da repressão do regime militar de 1964, presente em livros de história e materiais didáticos.
Veja a foto original:
Raio X
Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, Bolsonaro chegou a cobrar um raio x da adversária política para provar uma fratura na mandíbula.
“Dizem que a Dilma foi torturada e que fraturaram a mandíbula dela. Traz o raio x para a gente ver o calo ósseo. Olha que eu não sou médico, mas até hoje estou aguardando o raio X”, disse Bolsonaro, referindo-se ao período de prisão da petista, em 1970, auge da repressão.
A fala gerou reações de diversas autoridades, inclusive os ex-presidentes Lula (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Quem é Léo Índio
Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, é sobrinho de Rogéria Bolsonaro, primeira esposa de Bolsonaro e mãe do senador Flávio (Republicanos-RJ), do vereador Carlos (Republicanos-RJ) e do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Até outubro deste ano, ele trabalhou no gabinete do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado com dinheiro entre as nádegas em uma operação da Polícia Federal.
Para evitar o desgaste ainda maior para o governo — uma vez que Rodrigues era vice-líder do governo —, Léo Índio deixou o gabinete e foi transferido para a Primeira-Secretaria do Senado. Em dezembro, ele foi nomeado pelo presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP) para um cargo na Diretoria-Geral do Senado.