Preterida pelo PT, neta de Arraes vai recorrer de acordo com o PSB
Executiva petista fechou acordo eleitoral com o PSB e não vai lançar Marília Arraes para o governo de Pernambuco
atualizado
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A decisão de não lançar candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco tem provocado reações contra a executiva nacional do PT. A vereadora vai recorrer do acordo eleitoral do partido com o PSB. A cúpula petista determinou, nesta quarta-feira (1/8), o apoio à reeleição do governador Paulo Câmara (PSB). A neta do ex-governador pernambucano Miguel Arraes afirmou que o PT vive uma “guerra de nervos” provocada pelos socialistas.
“Na verdade, (a decisão) não é uma surpresa. Nós estamos vivendo uma guerra de nervos há alguns meses com o grande esforço que o PSB tem feito para evitar que o PT tivesse candidatura própria”, afirmou Marília.
Em entrevista coletiva na sede da Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE), a petista disse que mantém sua candidatura ao governo do estado. Nesta quinta (2), ela vai se reunir com apoiadores em um hotel de Recife. “Temos o apoio massivo da sociedade de Pernambuco. Essa candidatura vai ser discutida até as últimas consequências”.
Na entrevista, Marília mostrou-se contrariada com a decisão da executiva nacional, já que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia declarado apoio à sua candidatura. “Lula deu todos os sinais (de que apoia a candidatura própria do PT em Pernambuco) antes e depois da prisão. Ele mandou recados públicos por pessoas idôneas que não colocariam palavras na boca do presidente”, disse.
Segundo Marília, a decisão da executiva nacional petista “é transitória”. “Não trabalho com futurologia. Isso é uma decisão transitória. O cenário não é cristalizado. Muita coisa pode acontecer até segunda de manhã”.
Nesta quarta (1), o PT anunciou que vai apoiar o PSB em quatro estados. Entre eles, Pernambuco. Assim, a pré-candidatura de Marília Arraes ao governo local seria cancelada. A decisão faz parte de um acordo eleitoral com os socialistas. Em troca, o PT espera que Márcio Lacerda não concorra ao governo de Minas Gerais. Os petistas querem que o PSB apoie a reeleição de Fernando Pimentel. Além disso, os socialistas ficam neutros na eleição presidencial.
O acordo é um revés para o candidato do PDT, Ciro Gomes. Ele vinha articulando com o PSB o apoio para a disputa pelo Planalto. Em troca, Ciro oferece a vaga de vice em sua chapa. O PSB realiza convenção partidária no próximo domingo (5), onde irá oficializar seu futuro eleitoral.