metropoles.com

Preso, Funaro se diz disposto a “colaborar”

Em entrevista, ele nega ter atuado como operador do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e disse que apenas tem boas relações com o peemedebista

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução
Lúcio Funaro
1 de 1 Lúcio Funaro - Foto: Reprodução

O corretor Lúcio Funaro, que cumpre prisão preventiva há quase um mês, insiste que não tem “o que delatar porque não há o que confessar”. Ele, porém, se diz disposto a “colaborar” com as investigações da Operação Lava Jato. “Não significa que não possa e não queira colaborar com as autoridades.”

Funaro respondeu, por escrito e por intermédio de seu advogado Daniel Gerber, perguntas enviadas pela reportagem. Nas respostas, desqualifica e ameaça seus acusadores: o ex-vice-presidente da Caixa Fabio Cleto e o ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas Nelson Mello.

Ele nega ter atuado como operador do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e disse que apenas tem boas relações com o peemedebista.

Funaro chamou Cleto de “criminoso confesso”. Insiste que a delação dele, que serviu como base para a sua prisão – na Operação Sépsis, desdobramento da Lava Jato -, é “um escárnio ao poder público”. “Ele (Cleto) fez da delação um instrumento de negociação de vantagens ilícitas. Do que ele fala, nada há a se fazer, pois quem tem que provar é ele, e isso ele jamais conseguirá, pois mente a meu respeito.”

Cleto disse que Funaro integrava um esquema de propinas para liberação de financiamentos do FI-FGTS a empresas.

Em sua delação, o ex-vice-presidente da Caixa entregou alguns documentos para provar o que diz, entre eles cerca de 300 faturas, demonstrando que Funaro pagava suas contas.

“Fomos – infelizmente – parceiros de negócios por algum tempo. Isso não significa nada, e, se eu realmente tivesse cometido delitos com este delator, ele teria provas disso. O fato de ele usar pagamentos de contas pessoais para tentar legitimar suas afirmativas mostra que eu realmente nunca fiz nada além disso.”

Procurada nesta quinta-feira (28/7), a defesa de Cleto não respondeu até a conclusão desta reportagem.

Escritório americano
Sobre a Hypermarcas, Funaro afirmou que está contratando um escritório de advocacia americano para investigar a empresa e provar que Nelson Mello usou sua delação para acobertar outros envolvidos. “A Hypermarcas iria quebrar se os crimes assumidos por Nelson respingassem em toda a diretoria e presidência. Todos seriam presos pela justiça americana. Por tal motivo, Nelson assume a culpa de tudo, afirma que fez tudo ‘sozinho’.”

Mello disse na delação ter autorizado pagamentos de mais de R$ 30 milhões para políticos. Procurada, a Hypermarcas reencaminhou comunicado divulgado ao mercado, no qual afirma que contratou uma auditoria interna e verificou não haver evidências de que outros administradores participaram do episódio. “A Companhia ressalta que não é alvo de nenhum procedimento investigativo e que não se beneficiou de quaisquer dos atos praticados pelo ex-executivo.”

Funaro foi transferido ontem da carceragem da Polícia Federal em Brasília para o presídio da Papuda. Ele disse que sua frustração é de até agora não ter sido ouvido pelas autoridades para dar sua versão.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?