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Presidente do Pros pode destruir provas sobre avião, diz juiz

Eurípedes Júnior está foragido desde quinta (18/10), quando foi decretada a sua prisão por envolvimento em desvio de recursos públicos

atualizado

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1 de 1 euripedes - Foto: YouTube/Reprodução

Ao decretar a prisão de Eurípedes Júnior, presidente do Pros, o juiz Heitor Moura Gomes, da 2ª Vara Federal de Marabá (PA) afirma ver indícios de que, em liberdade, mandatário da sigla poderia ocultar vestígios da compra de um avião com recursos da saúde destinados pela União ao município no interior do Pará.

“A prisão pode auxiliar no desvendamento de provas outras e de outros envolvidos, enquanto que, caso em liberdade, possivelmente poderiam tentar ocultar ou destruir provas eventualmente existentes e relacionadas, em especial, a negociação envolvendo a aeronave prefixo PT-VQW”, anotou. A informação foi publicada no Blog Fausto Macedo na manhã desta sexta-feira (19/10).

Eurípedes é um dos alvos da Operação Partialis, deflagrada pela Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal, nessa quinta-feira (18) a Operação Partialis. O ex-prefeito de Marabá João Salame Neto também teve a prisão decretada.

Metrópoles apurou que, no Distrito Federal, equipes da Polícia Federal estiveram em imóveis nos lagos Sul e Norte. Também foram a Planaltina de Goiás, Entorno do DF, em endereços ligados a Eurípedes Júnior. João Salame foi preso por volta das 6h, em uma residência no Lago Norte. Já o dirigente do Pros não foi localizado e está foragido.

Esquema
A investigação mira suposto esquema de desvios de mais de R$ 2 milhões em contratos da prefeitura de Marabá para compra de gases medicinais no interior do Pará. Parte dos valores teria sido destinada à compra de uma aeronave por João Salame Neto, ex-prefeito de Marabá. Com a suposta ajuda de assistentes, como Emmanuelly Gomes Mendes e Josimar Eneas da Costa, a compra teria sido ocultada por meio da venda do avião ao Pros, partido dirigido por Eurípedes.

Segundo consta nos autos, “a investigação tenta, basicamente, apurar o rastro das verbas públicas federais que seriam utilizadas para compras de gases medicinais, assim como os valores utilizados para comprar a aeronave PT-VQW e R$ 100 mil repassados das contas da Oxipar (movimentada por Josimar Eneas da Costa) a Emmanuelly Gomes Mendes e outras pessoas, ressaltando que as empresas Oxipar e WJE entre 2013 e 2016 receberam mais de R$ 10 milhões da prefeitura de Marabá, valores referentes a verbas públicas federais”.

As investigações dão conta que as “empresas que mantinham contrato com a prefeitura de Marabá tinham dificuldades para receber os pagamentos e eram ‘convidadas’ a negociar para que os pagamentos fossem efetuados; que as negociações eram feitas com a ciência de João Salame [ex-prefeito de Marabá preso nessa quinta (18) no Lago Norte, em Brasília, pela Polícia Federal]; que, via de regra, os saques eram realizados na boca do caixa das contas de referidas empresas”.

Ainda segundo os autos, as investigações concluíram que João Salame seria o verdadeiro proprietário da aeronave; que Josimar Eneas da Costa, sob orientações de João Salame, como forma de manter seus contratos superfaturados com a Prefeitura de Marabá e ter facilitados o recebimento de tais valores, aceitou servir de “laranja” para a compra de aeronave com verba pública federal desviada dos contratos que mantinha com município.

Consta no documento que João Salame teria apresentado os pilotos e proprietários da aeronave e que ele teve a ideia de o Pros adquirir a aeronave. O contrato firmado entre Josimar Eneas da Costa e a empresa Alta Empreendimentos teria sido forjado para esconder o verdadeiro negociante, João Salame. Os investigadores apontam que foi simulado o contrato entre Alta Empreendimentos e o Pros, pois este já seria o real proprietário da aeronave mesmo antes da assinatura do contrato.

As investigações revelaram, conforme o pedido de prisão dos investigados, que João Salame seria o elo entre todos os investigados. E que a tentativa de pagamento de R$ 400 mil por Eurípedes Júnior, através das contas do Pros, teve como finalidade simular que legenda tivesse comprado legitimamente a aeronave.

O outro lado
Em nota, o Pros afirma que não há qualquer envolvimento do partido ou do presidente do partido em atos ilícitos. Ressalta, ainda, que advogados estão tomando ciência do processo para maior esclarecimento dos fatos. “De toda forma, não há qualquer relação com as informações inicialmente apontadas nem com a prefeitura de Marabá. Todas as movimentações partidárias são devidamente informadas aos órgãos competentes conforme legislação. (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)

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