Presidente do BC participa de bolão e aposta em vitória de Lira na Câmara
Roberto Campos Neto jogou que o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro terá vitória folgada, com 315 votos
atualizado
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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, participou de um jantar nesse domingo (31/1) em apoio à eleição do deputado Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara no Congresso. O evento ocorreu na casa do ministro das Comunicações, Fabio Faria, e não estava na agenda oficial de Campos Neto.
A informação foi revelada pela CNN e confirmada pelo Metrópoles. Campos Neto chegou a participar de um bolão valendo R$ 200 sobre quantos votos Lira receberá na eleição, que será realizada na noite desta segunda-feira (1º/2). O presidente apostou em 315 votos, placar com folga para que o candidato do presidente Jair Bolsonaro ao comando da Câmara seja eleito. O anfitrião, Fabio Faria, usou suas redes sociais para negar que Lira estivesse no encontro.
Durante a campanha, Lira manteve várias conversas com o mercado financeiro para tentar quebrar resistências ao seu nome. O atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem vários interlocutores nesse meio. A equipe econômica aposta na vitória de Lira para retomar a agenda de reformas que está paralisada no Congresso, como a tributária, a administrativa e a fiscal.
Há expectativa, ainda, de que Lira aceite colocar em votação a volta da CPMF, uma pauta defendida pelo ministro Paulo Guedes e travada pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia. O assunto mais urgente, contudo, deve ser a retomada ou não do auxílio emergencial.
O pagamento do benefício a pessoas de baixa renda afetadas economicamente pela pandemia do novo coronavírus foi interrompido em dezembro, mas há pressão política para que seja retomado. Ao todo, 68 milhões de pessoas foram beneficiadas no ano passado com pagamentos de R$ 600 ou R$ 1.200 (no caso das mães que criam filhos sozinhas).
O presidente Jair Bolsonaro afirmou na semana passada que não há dinheiro para retomar o auxílio. “Lamento, o pessoal quer que continue (o auxílio), vai quebrar o Brasil. Vem inflação, descontrole da economia, vem um desastre e todo mundo vai pagar caríssimo. Temos que trabalhar”, disse. Conforme o presidente, a capacidade de endividamento do país “chegou ao limite”.