Presidente de sindicato diz que motoboys não foram à “motociata” de SP
Gilberto Almeida afirmou que a categoria não tem o que comemorar com o aumento do preço do gás de cozinha e da gasolina
atualizado
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O presidente do sindicato de motoboys entregadores de aplicativo de São Paulo, Gilberto Almeida, disse ao jornal Folha de S.Paulo que a “motociata” realizada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no último sábado (12/6), não teve participação de trabalhadores.
“Quem reuniu com ele [Jair Bolsonaro] são esses caras de motoclubes, que pensam igual a ele e que foram fazer firula para ele. Vieram comboios de Santa Catarina, Rio Grande do Sul. Você viu moto de trabalhador? É porque trabalhador não tem o que comemorar. Gás de cozinha subindo, gasolina subindo, derivados de petróleo subindo, mergulhados em precarização potencializada pelo governo federal”, disse Almeida.
O presidente também enfatizou que algumas semanas antes da “motociata”, o SindimotoSP teve o pedido de inclusão no Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19 negado.
Nas redes sociais, os filhos do presidente se manifestaram sobre os movimentos. O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) disse que que entregadores participaram do ato de apoio ao governo.
Pelo visto cidadãos que só têm condições de trabalhar e se locomover de motocicleta, entregadores, motoboys, mototaxistas, amantes do motociclismo, entre outros, são os genocidas da vez. Daí o povão se revolta e os anjinhos beatos da impren$a vão dizer que estão sofrendo ataques! pic.twitter.com/qEJGCie6vW
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) June 14, 2021
“Quanto aos bolsonaristas, quererem se segurar na nossa categoria, é só o Bolsonaro enxergar quantos motoentregadores participaram com seus bauzinhos dos movimentos que ele fez, e não só em São Paulo, mas também no Rio de Janeiro e Brasília. Isso deixa claro como está sendo vista a política dele”, complementou o presidente.
“Motociata” em São Paulo
Milhares de motociclistas, muitos sem máscara de proteção contra Covid-19, comparecem ao evento, que teve início na Praça Campos de Bagatelle, em Santana, na zona norte de São Paulo, ao lado de Bolsonaro.
O ato ocorreu após o Brasil registrar 484 mil mortes por Covid-19 — 117 mil no estado de São Paulo — na sexta-feira (11/6).
Batizado de “Acelera para Cristo”, o passeio de moto de Bolsonaro chegou ao estado de São Paulo após passar por Brasília e Rio de Janeiro. O encontro teve como coordenador o comerciante Jackson Vilar.