Presidente da CPI sobre caso da Covaxin: “Bolsonaro prevaricou”
Senador Omar Aziz (PSD-AM) tentou desconstruir argumentos de senadores governistas de que não teria havido prevaricação
atualizado
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O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), rebateu as defesas da base aliada do governo federal no colegiado de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria mandado o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello investigar as denúncias de irregularidades no contrato de aquisição de doses da Covaxin.
O senador lembrou que a exoneração de Pazuello ocorreu três dias após o encontro entre Bolsonaro e o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Na ocasião, na presença do irmão Luis Ricardo Miranda, o parlamentar teria indicado que superiores estavam pressionando servidores do Ministério da Saúde para darem celeridade nas tratativas.
Aziz defendeu aos senadores governistas que houve prevaricação do presidente. “É impossível cronologicamente isso ter acontecido. Creio, sinceramente, que vossa excelência [senador Jorginho Mello (PL-SC)] não está mentido”.
O presidente disse que Mello “foi enganado pelo Palácio do Planalto”. “Alguém lhe informou isso e quem lhe informou isso lhe informou uma grande mentira. Vossa excelência foi enganado pelo Palácio do Planalto porque Pazuello àquela altura não investigou absolutamente nada”, disse.
“O presidente não mandou investigar absolutamente nada. Para quem joga pedra em todos, ele prevaricou”, enfatizou.
“Averiguação prévia”
A fala de Aziz foi uma resposta aos argumentos defendidos pelos governistas. Antes, o líder do governo no Senado Federal, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), afirmou que o governo federal solicitou, após o encontro, uma investigação sobre o assunto.
O senador defendeu que a “averiguação prévia” permitiu que, na ocasião, se atestasse que o “contrato estava juridicamente hígido”. Ele chamou de “inverídicas” as denúncias trazidas pelo deputado e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde.
“Informo que, em face do relato do depoente, o presidente da República levou o fato ao conhecimento do ministro Pazuello e o ministro no regular exercício solicitou ao secretário-executivo [Élcio Franco] que realizasse uma averiguação previa acerca das supostas irregularidades. Verificou-se na ocasião que o contrato estava juridicamente hígido”, disse durante sua participação na sessão desta sexta.