Presidente da Comissão de Segurança defende seguranças armados em frente às escolas
Em entrevista ao Metrópoles, deputado Ubiratan Sanderson falou sobre os ataques às escolas e a abertura de CPI para apurar os atos de 8/1
atualizado
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O presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, Ubiratan Sanderson (PL-RS), defendeu a presença de seguranças armados em frente às escolas como uma das medidas para evitar episódios de violência, como o ocorrido em uma creche de Blumenau, Santa Catarina, no início de abril. Na ocasião, quatro crianças foram mortas por um criminoso que usava uma machadinha.
“Eu sou favorável, sim, a termos homens, mulheres, agentes da segurança pública e privada, armados na frente dessas escolas ou dos estabelecimentos de ensino”, declarou o deputado em entrevista concedida ao Metrópoles nesta quarta-feira (19/4). Ele ponderou, no entanto, que não há fórmula infalível para conter esse tipo de atentado. “Isso tem que ser feito de forma multidisciplinar, incluindo dentro de casa, com os pais participando da vida dos filhos”, afirmou.
O deputado também declarou que a maioridade penal deveria ser reduzida para 16 anos e defendeu que a medida não deve valer só para crimes hediondos. “O conhecimento aumentou, a cognição da juventude aumentou. O jovem de 16 anos de hoje tem maior capacidade cognitiva que o jovem de 1940, tanto que ele já vota”, disse.
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Confusão com Flávio Dino em comissão
Sanderson ainda abordou os atos golpistas de 8 de janeiro e a oitiva do ministro de Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, na Comissão de Segurança Pública. Chefe do colegiado, o deputado gaúcho não poupou os colegas de críticas ao falar sobre a interrupção da audiência após confusões entre deputados e até intervenção da polícia legislativa. Segundo ele, o comportamento dos congressistas foi um “desserviço ao Parlamento”.
“O ambiente de um parlamento, é um ambiente de confronto, de tese e contra-tese, mas naquele dia, na oitiva do ministro da Justiça e Segurança Pública, nós prestamos um desserviço ao parlamento”, disse o deputado. Ele disse que uma reunião foi realizada para chamar a atenção dos membros da comissão.
O deputado, porém, considera o episódio superado. “Tínhamos que mostrar para a sociedade que aquilo era um ponto fora da curva dentro do ambiente parlamentar e conseguimos. No dia seguinte, estava o ministro dos Direitos Humanos [Silvio Almeida], sem ofensas pessoais como as que aconteceram no dia anterior”, ressaltou.
Sanderson sinalizou ainda que Flávio Dino voltará à comissão, após a frustrada sessão do dia 11 de abril. “Provavelmente, o ministro retornará à comissão, e ele concordou em voltar em uma data futura para responder as perguntas”, disse.
CPMI dos atos golpistas
Questionado sobre a abertura da CPMI para apurar os atos de 8 de janeiro, o deputado, que faz parte da oposição à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diz que o que chama a atenção é a contrariedade a algo que poderia beneficiar politicamente o próprio governo.
“Quando o governo Lula, de esquerda, do PT, diz não, não queremos uma CPMI que quer apurar, em tese, trazer algum dividendo político para o próprio governo, chama a atenção”, analisou o gaúcho.
O deputado diz acreditar que é uma questão de tempo para a instalação do colegiado que investigará os culpados pelos atos de vandalismo. “A CPMI vai acontecer, o presidente do Congresso [Rodrigo Pacheco] é obrigado a fazer a instalação sob pena de crime de responsabilidade”, completou.
Veja a entrevista completa com o deputado Ubiratan Sanderson: