Presidente da Caixa procura Haddad para conversar sobre cobrança de Pix
Ministro Fernando Haddad, porém, não conseguiu atender a presidente da Caixa. Banco público defende manter cobrança de Pix para PJ
atualizado
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A presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, pediu uma audiência com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar da suspensão da cobrança de tarifa sobre transferência via Pix para cliente pessoa jurídica. Segundo apuração do Metrópoles, o ministro não conseguiu atendê-la nesta quarta-feira (21/6) devido ao horário apertado na agenda.
Haddad embarca na noite desta quarta para a França, onde vai acompanhar a agenda do presidente Lula (PT). Pela manhã, ele participou de seminário sobre a reforma tributária promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. No início da tarde, seguiu para São Paulo. O titular da Fazenda decola às 19h, de Garulhos, direto para Paris. Ele tem agendas com Lula já na quinta (22/6).
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O tema deve ser tratado no retorno da comitiva presidencial ao Brasil. Há interesse da Caixa em efetivar a cobrança, que deve render um montante alto ao banco público.
Entenda
Na última segunda-feira (19/6), a Caixa anunciou que começaria a cobrar tarifa via Pix a partir do dia 19 de julho.
O anúncio, porém, irritou ministros do governo e o próprio presidente Lula, conforme adiantado pelo colunista Igor Gadelha. A reclamação é que a Caixa não teria dialogado com o Planalto antes de anunciar a medida.
Com a repercussão negativa, a ordem foi que o comando do banco suspenda o anúncio até segunda ordem de Lula, que cumpre agenda na Europa nesta semana.
Na nota em que comunicou a suspensão da cobrança, a Caixa disse que a decisão visa “ampliar o prazo para que os clientes possam se adequar e receber amplo esclarecimento do banco sobre o assunto, dada a proliferação de conteúdos inverídicos que geraram especulação”.
E reforçou: “A decisão da CAIXA de cobrar pelo serviço estava definida desde o ano passado e não foi executada devido à necessidade de adequação dos sistemas internos”.
Pessoas físicas de fora
Ao anunciar o início da cobrança, a Caixa destacou que pessoas físicas, microempreendedores individuais (MEI) e beneficiários de programas sociais não seriam afetados.
Ainda de acordo com o banco, a cobrança é autorizada pelo Banco Central (BC) desde o fim de 2020 e já vinha sendo realizada por outras instituições financeiras.
A medida repercutiu mal nas redes sociais e foi explorada por opositores do atual governo. Esse grupo tem propagado, desde a campanha eleitoral, que estaria nos planos de Lula taxar o Pix. A proposta, porém, nunca esteve no programa de governo apresentado pelo PT à Presidência da República.
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