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Falta de embates e assuntos polêmicos marca debate de presidenciáveis

Além de Jair Bolsonaro, que foi esfaqueado na quinta-feira (6/9), Fernando Haddad e Cabo Daciolo não participaram do evento

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Ronaldo Silva/Agência Estado
DEBATE ENTRE CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA PROMOVIDO PELA TV GAZETA.
1 de 1 DEBATE ENTRE CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA PROMOVIDO PELA TV GAZETA. - Foto: Ronaldo Silva/Agência Estado

Estadão/TV Gazeta/Jovem Pan/Twitter realizaram, na noite deste domingo (9/9), o terceiro debate entre os candidatos à Presidência da República. No primeiro momento, todos os participantes repudiaram o ataque sofrido por Jair Bolsonaro (PSL), na última quinta-feira (6), quando ele foi esfaqueado em Juiz de Fora (MG).

Por conta dos ferimentos, o militar aposentado não compareceu ao evento. Mas a sua ausência fez o debate ficar morno e sem graça. Os presidenciáveis preferiram não atacar o adversário, com medo de perderem votos dos eleitores.

Participaram do debate Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB) e Guilherme Boulos (PSol). Cabo Daciolo (Patriota) preferiu não ir. Já o petista Fernando Haddad, que ainda não foi formalizado como cabeça de chapa, não foi convidado.

Veja como foi o evento:

 

Bolsonaro no centro do debate
No primeiro bloco, quando candidatos fizeram perguntas para seus adversários, Bolsonaro foi lembrado por quase todos os presidenciáveis, menos por Boulos e Alvaro Dias. Alckmin foi o primeiro a citar o militar reformado do Exército. “É necessário um grande esforço conciliatório, pois um país dividido não avança”, afirmou.

Nessa hora, Meirelles tentou levantar o tom. “Você prega a pacificação, mas quando o candidato Jair Bolsonaro ainda estava na sala de cirurgia seu programa televisivo atacava fortemente o oponente”, completou. Ciro Gomes disse que espera a recuperação do adversário para que ele participe do debate cordial “por mais que eu não pense nada igual a ele” e Marina Silva se colocou ainda contra qualquer forma de radicalização.

No início do debate, os jornalistas explicaram que a TV Gazeta retirou o púlpito reservado ao candidato do PSL, após solicitação dos concorrentes.

Ronaldo Silva/Agência Estado
Alckmin ficou desconfortável com ataques de Meirelles

Boulos x Meirelles
Depois de prometer geração de emprego, o candidato do MDB foi atacado por Guilherme Boulos, em um dos poucos momentos que a discussão esquentou. “Um banqueiro falando em trabalho é uma coisa extraordinária. Comigo, rico vai pagar imposto. Vamos enfrentar o bolsa empresário, dez vezes o valor do Bolsa Família, vamos enfrentar o ‘bolsa banqueiro’, taxar grandes fortunas, inclusive sua fortuna de quase R$ 400 milhões. Não vou chamar o Meirelles, vou taxar o Meirelles”, afirmou.

Em resposta, o ex-ministro da Fazenda disse sempre pagar tributos. “Pago os impostos com muita satisfação, ao contrário de quem não trabalha, não paga imposto, só fala de tomar recursos dos outros, invadir propriedade e tomar recursos de quem trabalha duro”, completou.

Segundo bloco
Na segunda parte do debate, os presidenciáveis responderam a perguntas de jornalistas. Geraldo Alckmin foi questionado sobre denúncia do Ministério Público contra ele, sob acusação de improbidade. Para ele, é “estranho que isso ocorra a menos de 30 dias das eleições”.

Ciro Gomes, ao ser indagado sobre a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atacou o juiz Sérgio Moro e a Operação Lava Jato. “Tudo que não precisamos é uma operação como essa ser inclinada de suspeição. Considero a sentença de Lula injusta. O Moro não consegue demonstrar uma prova sequer”, afirmou o candidato do PDT.

Também nessa parte do debate, Alvaro Dias defendeu o projeto de lei que pretende facilitar o uso de agrotóxicos no país, enquanto Boulos condenou. O ponto alto foi o questionamento feito a Meirelles sobre seus investimentos em paraíso fiscal. Ele se complicou ao tentar explicar recursos e contas no exterior. “O que existe é uma fundação com a finalidade exclusiva de aplicar recursos em educação no Brasil depois que eu falecer”, garantiu.

Museu Nacional
Os presidenciáveis voltaram a perguntar e a atacar uns aos outros no terceiro bloco. No início, Meirelles tentou desmerecer o trabalho de Alckmin em São Paulo na área de segurança pública. O tucano disse que o adversário estava sendo “injusto”. Marina e Ciro não conseguiram mais se destacar.

Quando as perguntas aos candidatos foram realizadas por eleitores, pelo Twitter, o Museu Nacional foi o destaque. “O Brasil está com um problema muito grave e muito sério. O incêndio é a manifestação trágica e aguda desse fenômeno”, completou Ciro Gomes. Os internautas questionaram ainda a opinião dos presidenciáveis sobre o pagamento de salários menores a mulheres que a homens. Todos disseram ser contra.

O feminismo seguiu dando o tom de debate. Boulos prometeu criar a “lista suja do machismo”. “Qualquer empresa que pague menos para mulher do que para homem não vai poder fazer negócios com o Estado e vai ter o seu nome exposto”, afirmou. Enquanto isso, Meirelles afirmou: “É preciso eliminar a ideologia nas escolas”.

O último bloco foi apenas para as considerações finais dos participantes. Marina defendeu a união do Brasil e chamou a atenção principalmente do eleitorado feminino. Para não perder espaço diante das mulheres, Alckmin lembrou que sua vice é a senadora Ana Amélia (PP/RS).

Ciro Gomes afirmou ser “a mudança que o Brasil precisa”, enquanto Meirelles disse que quer ser presidente “para mudar a vida das pessoas”. Alvaro Dias prometeu combate à corrupção e Boulos lembrou o assassinato da vereadora Marielle Franco.

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