Presidenciáveis lançam peças de campanha antes do horário gratuito
Programas começam a ser exibidos no sábado (1º/9), mas Geraldo Alckmin e Haddad já divulgaram vídeos nas redes sociais
atualizado
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Começa nesta sexta-feira (31/8) o horário eleitoral gratuito de TV e rádio em rede nacional, mas os candidatos ao Palácio do Planalto se apresentam aos eleitores neste sábado (1º/9). Parte dos presidenciáveis tem dado pistas, nos últimos dias, sobre ações previstas e peças que devem ser exibidas durante campanha política do primeiro turno.
A equipe de campanha do candidato ao Planalto Geraldo Alckmin divulgou na quinta-feira (30), no Twitter, o primeiro filme a ser apresentado durante propaganda política. O conteúdo é uma tentativa de combater discurso polêmico sobre segurança e armamento do concorrente Jair Bolsonaro.
Conheça o primeiro filme da nossa campanha! Baseada no comercial Guns kill: Kill guns, a peça fala de como os problemas do Brasil não serão resolvidos na bala.#EquipeGA pic.twitter.com/JuDp5WuHAt
— Geraldo Alckmin (@geraldoalckmin) 30 de agosto de 2018
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou imagens antes de ser preso em abril de 2018, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), para seu programa eleitoral. A filmagem na qual o petista aparece como cabeça da chapa do Partido dos Trabalhadores compõe vídeo em que Fernando Haddad aparece como vice e relembra a população do dia do registro da candidatura do ex-presidente. Lula foi condenado, no caso do triplex do Guarujá (SP), a 12 anos e 1 mês de detenção.
Em outra gravação, Haddad diz ao público: “Somos Lula, somos milhões de Lula”. Após a mensagem, ele declara o início da campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva.
Uma das estratégias de Jair Bolsonaro, por exemplo, será a transmissão de “lives” nas redes sociais no momento do horário eleitoral. A ideia é driblar os menos de 15 segundos disponibilizados ao postulante para promover propostas de governo na televisão. Ele possui um dos maiores engajamentos de seguidores na esfera digital.
Ordem de exibição
Cada postulante ao Planalto terá dois blocos para exibir seus programas eleitorais na rede de televisão e rádio. Conforme sorteio realizado pelo TSE, na última quinta-feira (23), Marina Silva (Rede) estreará na faixa de horário gratuito. Ela poderá fazer uso de 21 segundos em cada bloco para apresentar propostas de governo.
Na sequência, Cabo Daciolo (Patriota) será o segundo a ter propaganda eleitoral veiculada em rede nacional de TV e rádio. A lista segue com José Maria Eymael (Democracia Cristã), Henrique Meirelles (MDB), Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL), Geraldo Alckmin (PSDB), Vera Lúcia (PSTU), Lula (PT), João Amoêdo (Novo), Alvaro Dias (Podemos), Jair Bolsonaro (PSL) e João Goulart Filho (PPL).
De acordo com a Corte, a ordem de exibição vai mudar a cada dia. Por exemplo, Marina foi sorteada como primeira presidenciável a aparecer no horário eleitoral em 1º de setembro. No entanto, na terça-feira (4), segundo dia de propaganda política gratuita aos candidatos da corrida presidencial, Cabo Daciolo será o primeiro a ter campanha eleitoral exibida – ele era o segundo colocado na lista do primeiro dia. Diante disso, a postulante pelo partido Rede passa a ser a última na listagem, seguindo o rodízio.
Todos os dias, o último candidato ao Planalto a se apresentar ganhará nove segundos. O acréscimo, neste caso, deve-se à sobra de centésimos na grade de programação das redes. O objetivo da iniciativa, segundo o TSE, é que todas as siglas sejam beneficiadas.
Tempo de TV e rádio
Cada candidato à Presidência terá dois blocos diários para promover suas candidaturas. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, ao todo, cada bloco terá 12 minutos e 30 segundos. Ou seja, esse período de tempo é compartilhado entre os presidenciáveis.
Na rede nacional de TV, o horário eleitoral será transmitido das 13h até as 13h12min30s e, depois, das 20h30 até as 20h42min30s. Nas emissoras de rádio, a propaganda ocorrerá das 7h até as 7h12min30s e, posteriormente, de 12h até 12h12min30s.
Geraldo Alckmin (PSDB) foi contemplado com maior parcela de tempo para apresentar propostas. De acordo com o TSE, o ex-governador de São Paulo terá, ao todo, 5min32s – em cada bloco – e 434 inserções (exibição de propaganda curta ao longo do dia durante o primeiro turno das eleições). Em seguida, vem o postulante do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, com 2min23s, além de 188 inserções.
A lista segue com Ciro Gomes (PDT). O pedetista terá dois blocos de 38 segundos e 50 inserções no período. Henrique Meirelles (MDB) contará com 1min55s, além de 151 inserções. Alvaro Dias (Podemos) tem direito a 40 segundos e 52 inserções. Marina Silva (Rede) dispõe de 21 segundos e 28 inserções.
Entre os últimos da listagem, estão: Guilherme Boulos (PSol), com 13 segundos e 17 inserções; Cabo Daciolo (Patri), Jair Bolsonaro e José Maria Eymael (DC), que terão 8 segundos e 11 inserções, cada; Vera Lúcia (PSTU), João Amoedo (Partido Novo) e João Goulart (PPL), com 5 segundos e 7 inserções, cada.
O cálculo do tempo de propaganda para cada partido leva em consideração os tamanhos das bancadas na Câmara dos Deputados. A Corte também sorteou seis inserções extras, cada uma delas possui 30 segundos.
Os contemplados com o acréscimo de tempo foram os partidos: Democracia Cristã e Novo e as coligações Brasil Soberano, Mudança de Verdade, Unidos para Transformar o Brasil e Povo Feliz de Novo.
Flexibilização de tempo
Oito candidatos a presidente da República, que possuem menos de 30 segundos para apresentarem suas campanhas no horário eleitoral gratuito, poderão flexibilizar o uso do tempo. Isso quer dizer que há possibilidade de os presidenciáveis acumularem segundos para se apresentarem por um período maior na TV e no rádio. No entanto, para isso, suas campanhas seriam exibidas com menos frequência nestas mídias.
A decisão tem como base proposta apresentada pelo Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral (Ibrade) em audiência pública realizada, na última quinta-feira (23), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para aderir a flexibilização, conforme informou o tribunal, “a negociação deve ser direta entre os partidos observando os critérios definidos na resolução” do plano de mídia para as eleições presidenciais.
“A combinação de como será distribuído esse tempo por bloco ficará a cargo das legendas e coligações, mediante a realização de um acordo de compensação de tempo a ser previamente comunicado ao Tribunal”, informa o TSE.