Presidência da República gasta quase R$ 1 milhão em “salgadinhos”
Valor é referente à comida servida em eventos da PR, entre 2014 e 2017. O mais caro deles teve orçamento de meio milhão destinado a petiscos
atualizado
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Nos últimos quatro anos, o governo federal gastou quase R$ 1 milhão em lanches para eventos corporativos ligados à Presidência da República. Os dados foram obtidos pelo Metrópoles, via Lei de Acesso à Informação. A maior despesa registrada, entre 2014 e 2017, é referente à 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, realizada de 3 a 6 de novembro de 2015. Na ocasião, o governo pagou R$ 543.750 pela comida servida aos 2 mil convidados – um custo médio de R$ 250 por pessoa.
Segundo consta no site oficial da Presidência, “a 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, cujo lema era ‘Comida de verdade no campo e na cidade: por direitos e soberania alimentar’, foi um evento estratégico entre iniciativas para se atingir as metas de erradicação da extrema pobreza no país.”
Um encontro descrito apenas como “almoço oficial” custou R$ 13 mil aos cofres públicos em 2016. No mesmo ano, a Presidência desembolsou R$ 27.000 em outro “almoço oficial”, dessa vez no Palácio do Jaburu – residência oficial do vice-presidente e endereço mantido por Michel Temer (PMDB-SP) após assumir o comando do Executivo federal. O coffee break para quem participou do Programa de Desenvolvimento em Liderança para Servidores custou R$ 14.280 ao contribuinte.
Somando os gastos dos últimos anos, a conta totaliza R$ 959.838 (confira abaixo). Eles não incluem eventos dos ministérios nem almoços e jantares da Presidência com parlamentares e chefes de Estado, por exemplo. Nesses casos, as refeições são preparadas pela cozinha dos palácios – informou o Planalto.
Questão de segurança
Na relação enviada pela Presidência ao Metrópoles, não aparecem os gastos registrados no cartão de pagamento do governo federal (considerados sigilosos), por “questões de segurança”. O cartão pode ser usado, por exemplo, para pagar contas como a feita em 19 de março de 2017, quando Michel Temer levou embaixadores a uma churrascaria em Brasília.
A operação Carne Fraca, da Polícia Federal, havia denunciado a venda de carne adulterada e estragada por empresas brasileiras e o presidente tentava limpar a imagem dos produtos para exportação diante dos visitantes. O restaurante, porém, informou à imprensa que não servia carnes nacionais, mas depois recuou. O jantar custou mais de R$ 13 mil e incluiu vinhos e caipirinhas.