“Precatórios viraram uma indústria”, aponta Bolsonaro ao defender PEC
A apoiadores presidente defendeu o parcelamento das dívidas judiciais com a União em prol do programa social Auxílio Brasil
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu nesta quinta-feira (11/11) a PEC dos Precatórios, proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata da renegociação do pagamento das dívidas do governo com condenação judicial definitiva.
Atualmente sob análise do Senado Federal, o texto enviado pelo Poder Executivo abre caminho para a implementação do Auxílio Brasil, programa social que deve substituir o Bolsa Família e imprimir a marca da gestão Bolsonaro.
“Precatórios viraram uma indústria. Então, o cara tem um precatório, por exemplo, de R$ 10 milhões. O que ele faz muitas vezes? Vende por R$ 1 milhão. Agora, esse cara que comprou, com um montão de gente na mesma situação, é que faz o lobby para a gente pagar de uma vez só. Agora, é fácil ganhar da União, né? É fácil”, disse Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada.
A fala do mandatário da República foi registrada por um canal no YouTube simpático ao titular do Planalto, que grava as interações com simpatizantes na Residência Oficial da Presidência da República.
Entenda a PEC dos Precatórios e por que ela é alvo de críticas
Ao defender o parcelamento das dívidas, Bolsonaro disse que, se o pagamento integral for efetuado em 2022, não sobrará dinheiro no orçamento do próximo ano. O mandatário ainda responsabilizou ex-presidentes pelo acúmulo das dívidas.
“FHC não pagou, Lula não pagou, Dilma não pagou. Daí, o Supremo decidiu que eu tinha que pagar tudo de uma vez só”, reclamou.
Votação da PEC
A PEC dos Precatórios foi aprovada pela Câmara dos Deputados em 1° turno na última semana, por 312 votos a 144, e está no Senado Federal.
O líder do governo no Senado Federal, Fernando Bezerra (MDB-PE), afirmou, nessa quarta-feira (10/11), que a votação da PEC dos Precatórios só deve ser realizada no fim do mês de novembro na Casa. Designado relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o governista rechaçou a possibilidade de que a proposta seja levada diretamente ao plenário, desrespeitando o rito previsto em razão da urgência do tema.
Segundo o emedebista, a expectativa é que o texto seja votado na CCJ entre 23 e 24 de novembro ou na semana do esforço concentrado convocada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para os dias 29 de novembro a 2 de dezembro.