PR diz estar fora de ação para tirar Moura da liderança do governo
Segundo o líder do partido na Câmara dos Deputados, Aelton Freitas (MG), “a liderança, inclusive, reitera e reconhecimento dos bons serviços prestados pelo líder André Moura, sempre vinculado ao melhor interesse público”
atualizado
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O líder do PR na Câmara dos Deputados, Aelton Freitas (MG), emitiu nota nesta quinta-feira (28/7), para afirmar que a liderança do partido não está envolvida no movimento de bastidor de parlamentares da base aliada para pressionar o presidente em exercício, Michel Temer, a substituir o líder do governo, deputado André Moura (PSC-SE).
“Não há qualquer registro de iniciativa desta liderança que possa estar relacionada à proposta de substituição do atual líder do governo”, afirma. “Essa liderança, inclusive, reitera e reconhecimento dos bons serviços prestados pelo líder André Moura, sempre vinculado ao melhor interesse público”, acrescenta a nota.Como mostrou nessa quinta-feira, 28, o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, e o jornal O Estado de S. Paulo, parlamentares do PSB e PR iniciaram uma mobilização para substituir Moura.
Entre as alegações está o fato de Moura ser filiado a um partido pequeno (o PSC tem oito deputados), não inspirar confiança na “tropa” e de que terá sempre o espectro de Cunha sobre ele.
Apesar de Aelton Freitas dizer que a liderança do partido não participa do movimento, um influente deputado do PR confirma a articulação no partido. Segundo esse parlamentar, a mobilização surgiu logo após a eleição para presidência da Câmara, quando o “Centrão” saiu enfraquecido com a derrota de seu candidato, Rogério Rosso (PSD-DF).
No PR, a estratégia conta com o aval do ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP), que, embora cumprindo prisão domiciliar por envolvimento no mensalão do PT, é considerado o comandante do partido. A avaliação de parlamentares da sigla também é de que Moura não reúne condições para ser líder do governo.
O PR vem se distanciando do “Centrão” desde a eleição para presidência da Câmara. Sob orientação de Valdemar Costa Neto, o partido apoiou Rosso no primeiro turno, mas, no segundo turno, mudou de lado e decidiu apoiar o deputado do DEM.
Além de PR e PSB, uma ala do PMDB defende a mudança. O incômodo da bancada peemedebista com Moura vem desde quando o “Centrão” colocou e divulgou, sem consulta prévia, o nome de parlamentares da sigla na lista de cerca de 300 apoiadores da indicação do deputado do PSC a Temer.
Despreocupado
Moura disse desconhecer a articulação de bastidor de deputados desses partidos para derrubá-lo da liderança do governo. “Não ouvi nem tenho preocupação. Se existir, são atos de alguns que não aceitam, e não é de agora, a minha escolha”, afirmou o líder do governo, sem dar nomes aos insatisfeitos.
Interlocutores de Temer, porém, reconhecem que tem crescido a pressão pela substituição de Moura, mas ponderam que o presidente em exercício tende a se afastar das negociações. Esses interlocutores afirmam que a permanência do líder no cargo ainda depende exclusivamente dele mesmo.
“Ele precisa mostrar serviço e ao mesmo tempo sinalizar que está se afastando do grupo do Cunha e demonstrar isso para a base”, disse uma fonte ligada a Temer.