“Vamos libertar o povo do socialismo e do politicamente correto”
No primeiro pronunciamento ao povo brasileiro, já com faixa presidencial, o peesselista pediu ajuda da população para mudar a nação
atualizado
Compartilhar notícia
Com a faixa presidencial sobre o peito e falando pela primeira vez à nação como presidente da República, diretamente do parlatório do Palácio do Planalto, Jair Messias Bolsonaro (PSL) pediu ajuda da população brasileira para mudar o país, a “livrar a nação do socialismo e a restabelecer os padrões éticos e morais”.
Vamos libertar o povo do socialismo e do politicamente correto. Nosso propósito comum e inegociável: o interesse brasileiro em primeiro lugar
Jair Messias Bolsonaro em seu primeiro pronunciamento aos brasileiros
Pela primeira vez, uma primeira-dama se pronunciou no parlatório antes do presidente da República. Michelle não falou. Usou a Língua Brasileira de Sinais – uma tradutora lhe deu voz – para agradecer o apoio da população desde a corrida presidencial e, muito especialmente, ao longo da recuperação de Bolsonaro após ele ser esfaqueado durante ato da campanha eleitoral. Michelle comprometeu-se com a população surda e com deficiência do país: “Vocês serão ouvidos”, garantiu. Assim como o marido, ela foi ovacionada. Segundo o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), 115 mil pessoas acompanharam os eventos da posse na Esplanada dos Ministérios.
Essa etapa ocorreu pouco após o ex-presidente Michel Temer receber Bolsonaro e lhe passar a faixa presidencial. Depois, o emedebista deixou o Planalto e a Presidência da República, acompanhado da ex-primeira-dama, Marcela. Bolsonaro ficou no prédio, cumprimentando chefes de Estado estrangeiros e dando posse coletiva a seus ministros.
Veja como foi a transmissão em tempo real:
Veja imagens da festa na Esplanada:
Pouco antes, no Congresso Nacional, Jair Bolsonaro fizera seu primeiro discurso como presidente. Aos parlamentares, pediu apoio para implementar as medidas que julga fundamentais à sua gestão. Logo no início, ele agradeceu a Deus por estar vivo após o atentado; lembrou as origens da primeira-dama, de Ceilândia (DF); afirmou que precisará de força para promover o desenvolvimento econômico da nação e gerar emprego; e mencionou sua intenção de “livrar o país” da ideologia de gênero. Citando o nome da coligação vitoriosa que o conduziu à Presidência da República, disse pretender governar com “O Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”.
Bolsonaro chegou ao Congresso por volta das 14h55 e subiu a rampa do prédio para ser oficialmente empossado como presidente da República, ladeado pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). Estava com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e o segundo dos seus cinco filhos, Carlos, com quem desfilara no Rolls-Royce presidencial da Catedral Metropolitana de Brasília até ali. O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, e a esposa, Paula Mourão, também o acompanharam.
Já dentro do edifício, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, aguardavam pelo futuro presidente e comitiva. Quando adentrou no plenário da Câmara, Bolsonaro foi recebido aos gritos de “mito”: apoiadores, amigos, familiares e parlamentares tiraram selfies e filmaram toda a solenidade.
Entre os chefes de Estado presentes estavam os presidentes: de Israel, Benjamim Netanyahu; da Bolívia, Evo Morales; do Chile, Sebastián Piñera; e de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. Os ex-presidentes da República José Sarney e Fernando Collor de Mello também prestigiaram a posse. Autoridades estrangeiras e convidados participarão de coquetel com o presidente, seu vice e esposas no Palácio do Itamaraty – o evento encerra as festividades da posse, nesta noite.
Após passar em revista à guarda de honra da Presidência da República e ser saudado com 21 tiros de canhão, o presidente seguiu – novamente em carro aberto, com Michelle e Carlos –, para a penúltima etapa da posse, no Palácio do Planalto. No caminho, saudou apoiadores que chamavam a primeira-dama, Michelle, cantavam “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor” e gritavam “mito” e “nossa bandeira jamais será vermelha”.
Segurança reforçada
A segurança da nova cúpula do governo federal e do público foi uma preocupação extra nessa posse. A questão começou com o atentado a Bolsonaro e se intensificou quando a Polícia Federal revelou um plano terrorista de ataque durante a posse desta terça-feira (1º/1). Atiradores de elite posicionados no alto de prédios, caças rasgando o céu com autorização de abater eventuais inimigos e linhas rigorosas de revistas policiais também fazem parte da logística da festa: o público passou por quatro fileiras de revistas, mas isso não tirou o brilho do evento para os apoiadores do ex-capitão do Exército Brasileiro.
“Todo mundo gritava. Todo mundo chorava. Foi muito emocionante. Eu fiquei de frente para a rampa e deu para ver tudo”, comemorou a advogada Rebeca Martins, 42 anos, que veio da Bahia para prestigiar o “mito”. “Foi ótimo demais. Se Deus quiser, ele vai melhorar e vai mudar muita coisa”, disse, esperançosa, a gerente de vendas Rubia Cavalheiro, 43.