Porta-voz fala sobre Venezuela e agenda positiva, mas cala sobre crise

O porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, fez uma declaração na tarde desta terça-feira (19/2) para divulgar detalhes da agenda positiva executada pela gestão de Jair Bolsonaro (PSL). Contudo, o representante do Planalto calou quanto à revelação de áudios entre o presidente e o ex-ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, demitido nessa segunda (18).

“O presidente Bolsonaro considera que o assunto foi devidamente esclarecido no dia de ontem, por meio da divulgação de vídeo e nota à imprensa”, resumiu o porta-voz. Na véspera, quando confirmou a demissão de Bebianno, Rêgo Barros declarara que a decisão era “de foro íntimo do presidente” e também evitara tecer mais comentários sobre o caso.

Perguntado pelo Metrópoles sobre a possibilidade de demissão também do ministro do Turismo, envolvido no suposto caso de candidaturas laranja do PSL que resultou na exoneração de Bebianno, Rêgo Barros disse não ter conhecimento de contato do presidente com Marcelo Álvaro Antônio, o titular dessa pasta.

Também questionado pelo Metrópoles sobre os detalhes do pronunciamento de Bolsonaro sobre a reforma da Previdência em cadeia nacional na noite desta quarta-feira (20), o porta-voz afirmou que os pontos a serem apresentados à população ainda estão sendo definidos com a equipe econômica.

Venezuela
Rêgo Barros iniciou sua fala dando detalhes da reunião realizada pela manhã para tratar sobre o pedido de ajuda humanitária à Venezuela. O encontro envolveu: Bolsonaro; os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli; além dos ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e do Gabinete Institucional, general Augusto Heleno.

Segundo o porta-voz, o Brasil participará de força-tarefa internacional para definir a logística da ajuda solicitada pelo autodeclarado presidente do país, Juan Guaidó. Organizadas com base em legislação e coordenadas pelo Itamaraty, por meio da Agência Brasileira de Cooperação, as ações começarão no dia 23.

A operação, em cooperação com o governo dos Estados Unidos, contará com representantes da Casa Civil da Presidência da República e dos ministérios da Defesa, da Agricultura, da Cidadania, da Saúde e do Gabinete de Segurança Institucional, entre outros.

A ajuda, que inclui alimentos e medicamentos, será disponibilizada em território brasileiro, em Boa Vista e Pacaraima (RR), para recolhimento por caminhões venezuelanos (também conduzidos por cidadãos daquele país). “O Brasil se junta assim a esta importante iniciativa internacional de apoio ao governo de Guaidó e ao povo venezuelano”, disse Rêgo Barros.

Agenda no Congresso
Outro alvo do pronunciamento foi o envio ao Congresso Nacional do pacote anticrime, “para enfrentamento à criminalidade, violência e corrupção”. As medidas, elaboradas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, propõem mudanças em 14 leis, adequando a legislação à realidade atual.

Segundo Rêgo Barros, as medidas “darão mais agilidade no cumprimento da pena, tornando o Estado mais eficiente e diminuindo sensação de impunidade”.

Ele afirmou também que, às 9h30 desta quarta (20/2), o presidente levará em mãos ao Congresso a proposta do governo federal para a reforma da Previdência. Equipe técnica do Ministério da Economia dará mais detalhes à imprensa em coletiva. À noite, Bolsonaro fará pronunciamento à nação em cadeia nacional.

Brumadinho
Por fim, o porta-voz da Presidência da República reforçou que a edição desta terça-feira (19) do Diário Oficial da União trouxe a liberação de R$ 2.355.813,72 do Ministério da Saúde para ações de vigilância, prevenção e controle de endemias em Brumadinho (MG). Ao todo, 18 municípios mineiros serão beneficiados.